Os cidadãos desconhecem a existência dos serviços notariais nos seus bairros na cidade de Maputo. A comprovar esta situação ocorre que desde 01 de Outubro corrente, altura em que iniciou o processo de matrículas à escala nacional, a Primeira Conservatória do Registo Civil da capital do país tem andado abarrotada de pais e encarregados de educação, alguns para registar pela primeira vez as crianças em idade escolar e outros para emitir certidões de nascimento para efeitos de matrícula.
Para além dos pais e encarregados de educação afluem para aquela Conservatória tantos outros cidadãos para tratar documentos pessoais não relacionados com as matrículas, o que chega a originar longas filas nas manhãs.O director Primeira Conservatória do Registo Civil da cidade de Maputo, Pedro Amós Cambula, disse ao @Verdade que as pessoas devem fazer os registos e pedidos de certidões de nascimento nos seus bairros e tal não precisam ficar à espera da época das matrículas.
“Nas administrações de todos os bairros temos postos de registo que fazem este trabalho em coordenação com a Conservatória. Por isso, não há necessidade de o cidadão deixar passar muito tempo para registar a sua criança”, disse Cambula, para quem a instituição que dirige não dispõe de arquivos informatizados.
Recorre ao processo manual para atender aos seus utentes. Porém, mesmo assim, conseguem responder à demanda dos serviços a tempo e hora.
Segundo Madelena Arão, técnica da mesma Conservatória, as enchentes que se verificavam neste momento eram normais nos meses de Janeiro e Fevereiro, mas com a mudança do calendário de matrículas tudo mudo. Por semana atendem, em média, aproximadamente 1.250 pedidos de registos de crianças e pedidos de certidões.
Enquanto isso, Leonor Sarmento é uma das utentes daquela repartição de registos. Queixa-se de morosidade na tramitação de expedientes. De acordo com ela, emitiu um pedido da certidão há dois meses, mas até hoje não tem resposta satisfatória.
“Mandaram-me tirar a cópia da cédula e anexaram com o recibo e mesmo assim não conseguem me passar a certidão. Sempre dizem para eu voltar noutro dia”, desabafou.
Edna Alberto tem uma outra história: “pedi a emissão da certidão de nascimento para poder obter a minha certidão de narrativa completa de casamento. Tenho a cédula na mão, mas os conservadores não localizam a folha dos meus dados no livro de registo. Parece que perdeu-se”, suspeitou.