Eu confesso que não tinha entendido o significado do “(…) nós não precisamos de patrões estrangeiros. O nosso patrão é o maravilhoso povo moçambicano” do discurso do Presidente da Frelimo no encerramento da II sessão do Comité Central do seu partido, realizado na Matola. Mas, graças ao senhor Damião José, porta-voz da Frelimo, no programa “Linha Aberta” da “Ésse-Tê-Vê”, as minhas dúvidas e dívidas foram dissipadas.
Entendi: “Quando o PR diz que não precisamos de patrões estrangeiros e que o nosso patrão é o povo moçambicano ele está a querer dizer que temos que ter auto-estima (…) temos que valorizar o que é nosso e aquilo que nós fazemos. (…) nós andamos neste país real e fazemos os nossos relatórios também e temos que acreditar neles (…) não é um simples relatório feito por uma agência estrangeira que… blá, blá, blá…”É isso aí brada, você e eu somos os patrões, pese embora o empregado – vezes sem conta – mate os seus patrões indefesos com um tiro na testa. Temos que ter auto- -estima mesmo com tiro na testa ou chamboco no traseiro; madeira vazando para China; dinheiro sumindo do INSS/Educação; empregando curtindo Ford Ranger; bandido saindo da prisão por bom comportamento e regressando, no dia seguinte, por mau; etecetera; etecetera. Porque, afinal de contas, é esta a realidade que se vive no país onde você e eu somos patrões. Ser patrão assim não dá, né?
Coitada da tia Cidália que vive na República Anarquista de Nampula onde os verdadeiros patrões são nigerianos, malianos, tanzanianos, quenianos, e por aí fora. Patrões que o último relatório do IDH do PNUD os confirma como sendo realmente “the bosses of the moment”. Coitada mesmo!!!