As figuras que se destacaram no Moçambola passado foram premiadas pela Liga Moçambicana do Futebol. Jerry voltou a conquistar mais um prémio; Tony foi o jogador mais popular; Soarito o guarda-redes menos batido; Telinho o MVP da época; e Mateus Infante ficou com o prémio relativo ao melhor árbitro.
Apesar de o grande objectivo da temporada, o título nacional, não ter sorrido aos locomotivas, Jerry pode recordar com satisfação a época de 2010. Aos 26 anos, o avançado conquista pela segunda vez consecutiva o lugar mais alto do pódio dos melhores marcadores do Moçambola, com 16 golos no pecúlio, relegando Tony para segundo plano.
O ponta-de-lança da Liga Muçulmana, onde chegou esta época vindo do Ferroviário de Maputo, é um finalizador nato, cresce à medida que a bola se aproxima da área, indo buscar muitas bolas nas laterais do campo. Também recua no terreno para pegar na bola, mas nesses espaços, sem grande técnica, já parece inofensivo. Na área, é tudo diferente.
Entre os guarda-redes, um nome para fixar: Soarito.
Joga no Maxaquene, clube onde chegou vindo do Têxtil de Púnguè, mas demorou duas épocas para mostrar o seu real valor. Algo estranho depois de ver as suas exibições neste Moçambola: sempre bem colocado, evita golos com uma simplicidade ágil. Nunca se lhe detecta um traço de ansiedade e no um para um, frente a avançados isolados parece que cresce, tapa todos os ângulos e faz defesas espectaculares.
Tony: Jogador mais popular
Está cada vez mais um ponta-de-lança completo. Tanto pode jogar fixo, como um nove clássico, aguentando a bola de costas para a baliza e surgindo a responder a cruzamentos, oportuno, do estilo goleador de pequena área, forte de cabeça. Ou tanto pode jogar mais móvel, indo buscar a bola a outras zonas e combinando jogadas.
Aliás, é a grande promessa para o futuro do futebol moçambicano a nível de dimensão internacional. As suas aparições no Moçambola pelo Ferroviário da Beira, o clube onde nasceu e cresceu, confirmaram as impressões deixadas nos relvados do Chiveve.
Avançado puro, pode jogar nas faixas ou no centro, mas, em qualquer lugar, necessita de ter mobilidade para soltar o seu futebol tecnicista e com imaginação. Repentista, Tony foge muito bem aos defesas, mas não é um driblador. Destro, procura sempre espaço para rematar. Um talento a não perder de vista.
Telinho: MVP
É, muito provavelmente, o jogador de maior talento que jogou nos relvados de Pemba. Telinho brilhou mais do que a equipa. Por isso, esta desceu de divisão e Telinho foi parar na Liga Muçulmana. Trata-se de um médio disfarçado de avançado e um avançado mascarado de médio.
Capaz de jogar a toda a largura do campo (nas faixas, como um ala dando profundidade; ou no centro, surgindo desde trás) tem versatilidade posicional para encaixar em diferentes sistemas. Fisicamente resistente, quando entra na área tem frieza e grande poder de concretização.
Quando surge na ala, sabe fazer o passe no momento certo. O troféu de MVP só não é tão brilhante porque as cores que defendia não se mantiveram no Moçambola.
Ferroviário de Pemba: Prémio Fair Play
O Ferroviário de Pemba desceu de divisão, mas não abdicou de ser uma equipa correcta. O prémio Fair Play assenta-lhe como uma luva. Para quem pensou que o comportamento desportivo dos pembenses mudaria com os maus resultados enganou-se. Mesmo na beira do precipício, O Ferroviário de Pemba continuou a pautar pelo desportivismo.
Mateus Infante: Melhor árbitro
Foi considerado melhor árbitro numa prova que ficou marcada pela suspeição em torna dos homens do apito. O que não é fácil. Até porque é costume dizer-se que quando um peixe está podre todos os outros, no mesmo cesto, também o estão. Mas, pela consagração, é caso para contrariar o ditado popular e dizer: quem sai aos seus também pode degenerar.