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Navio que vai transportar carvão de Moatize deverá aguardar no alto mar antes de atracar no cais pelo menos uma semana

O Navio “Orion Express” que chegou, Quarta-feira, ao Porto da Beira para transportar o primeiro lote de carvão de exportação da Vale deverá permanecer na barra pelo menos até o próximo dia 31 de Agosto corrente antes de aportar no cais nº 8 onde está previsto o embarque do minério.

Em causa está o facto de a Vale e não ter ainda conseguido juntar no Porto da Beira a quantidade de carvão programada para o embarque da primeira exportação.

O navio que fará o embarque do primeiro lote de carvão de exportação da Vale – tal como referimos na edição desta quarta-feira (24) – tem capacidade de porão de 35 mil toneladas.

Uma fonte envolvida na operação disse, Quinta-feira, ao nosso jornal o “Orion Express” só poderá atracar no cais quando a Vale conseguir despachar de Moatize ao Porto da Beira pelo menos 85 por cento da quantidade da carga planificada para o primeiro carregamento, correspondente a 35 mil toneladas de acordo com a capacidade do primeiro navio para o efeito fretado.

O agenciamento do “Orion Express” para essa operação foi adjudicado a LBH Group Mozambique, mas a nossa reportagem apurou as despesas decorrentes do prolongado período de espera para a entrada no porto serão suportadas pela entidade que freta a embarcação.

Segundo O Autarca, entretanto, a Vale está a envidar todo esforço necessário para garantir a quantidade da carga a embarcar, já, no Porto da Beira esteja disponível o mais breve possível.

Desde o início do transporte ferroviário do carvão de Moatize, no passado dia 7 de Agosto corrente, a Vale somente tem conseguido fazer chegar ao Porto da Beira aproximadamente oito mil toneladas do minério por semana, na ordem de três carregamentos em cada sete dias.

Uma responsável da Vale que responde pelo sector de imprensa, baseada em Tete, disse ontem ao nosso jornal que a operação de transporte do carvão de Moatize até ao Porto da Beira decorre normalmente, ou seja, dentro dos limites inicialmente estabelecidos.

No entanto, não pode indicar a quantidade do minério já disponível no Porto da Beira, justificando tratar-se de um dado que carece de confirmar junto do responsável do respectivo sector com quem não conseguia entrar em contacto pelo menos até o período da última comunicação que estabelecemos com ela.

Seja como for, tendo como indicador as cerca de oito mil toneladas que até ao momento estão sendo possíveis transportar por comboio semanalmente de Moatize até ao Porto da Beira, percebe-se a multinacional brasileira precisaria no mínimo cinco semanas para acumular quantidade suficiente de carvão para o primeiro embarque para o mercado internacional.

A Vale, entretanto, dispõem de meios necessários para escoar grandes quantidades de carvão de Moatize para o Porto da Beira, mas a grande limitante neste momento é o estado da linha férrea de Sena que não permite ainda maior tráfego.

A linha pertence a Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP), mas a sua gestão está a cargo da recém criada Companhia Caminhos de Ferro da Beira (CCFB), uma sociedade participada pelas companhias indianas Rites e Ircon (51%) e os próprios CFM-EP 49%).

Tendo em conta a linha acaba de ser reconstruída, cuja empreitada foi marcada por várias falhas tanto do ponto de vista de engenharia como de incumprimento de prazos para a sua conclusão, urge a necessidade de circular nela com a devida precaução até se comprovar a sua consistência.

O primeiro comboio que marcou a reinaguração da linha, por exemplo, composto por 42 vagões impelidos por três locomotivas, fez o percurso de 575 quilómetros (Moatize – Beira) em aproximadamente 22 horas, mas existe a perspectiva de reduzir esse tempo para até menos de metade – segundo prometeu o Presidente do Conselho de Administração dos CFM-EP, Rosário Mualeia, na sua mais recente comunicação à imprensa na cidade da Beira.

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