Os partidos de oposição do Congo rejeitaram este sábado os resultados parciais divulgados pela comissão eleitoral, que dão ao presidente Joseph Kabila, candidato à reeleição, uma vantagem inicial na contagem de votos da eleição presidencial de 28 de novembro.
Numa declaração conjunta, assinada pelos principais partidos, incluindo o do veterano líder da oposição, Etienne Tshisekedi, a oposição citou irregularidades e disse que a comissão eleitoral estava “preparando psicologicamente a população para a fraude.” “Consequentemente, rejeitamos esses resultados parciais e os consideramos nulos e anulados,” dizia o comunicado que foi lido por Vital Kamerhe.
O comunicado também dizia que a maneira como a comissão estava divulgando os resultados era ilegal. A oposição pediu a mediação de outros líderes africanos, mas se negou a formar um governo de integração nacional com Kabila. Resultados parciais divulgados pela comissão eleitoral (CENI) mostraram Kabila liderando a votação com 1.275.125 votos, enquanto Tshisekedi aparece atrás dele, com 2.233.447 votos, baseados na contagem de 33,3 por cento de seções eleitorais.
A contagem não incluía nenhum resultado dos votos da capital Kinhasa, onde Tshisekedi espera ter muito apoio. O percentual dos votos contados variou muito de uma província para outra. O secretário-geral da UDPS, Jacquemain Shabani Lukoo, disse à Reuters que o governo se arriscava a incitar a violência pela suspeita de fraude generalizada. “Se eles continuarem assim, certamente haverá problemas, não deixaremos isso assim,” disse.
A comissão disse que foi forçada a divulgar os resultados parciais depois que hackers conseguiram publicar números falsos no seu site oficial, que mostravam uma grande liderança de Tshisekedi.