O Congresso para a Democracia e Progresso (CDP, ex-maioria) denunciou sexta-feira a interdição infligida aos seus responsáveis de viajar para a Costa do Marfim, no início de Junho corrente, como “métodos liberticidas” do poder.
Num comunicado divulgado sexta-feira, o CDP escreveu que “o povo burkinabe e a opinião internacional ficam assim prevenidos de que no Burkina Faso, a liberdade de ir e de vir é doravante recusada aos opositores”.
Sábado, 4 de Junho, o presidente interino do CDP, Achille Tapsoba, e o tesoureiro do partido, Zambendé Theodore, foram desembarcados dum avião com destino a Abidjan, na Costa do Marfim, onde se encontra o Presidente Blaise Compaoré desde a sua destituição em 2014.
Trata-se duma “maneira cavalheira” e “uma prova eloquente da escolha das autoridades políticas nacionais de amordaçar qualquer espírito de liberdade”, acrescenta o texto que “denuncia com a última energia esta perseguição contra os seus militantes e dirigentes”.
“É juntos, com o povo, que alcançaremos a instauração dum clima de paz e de reconciliação e de desenvolvimento do nosso caro país no respeito bem compreendido dos valores e princípios republicanos”, prossegue o texto.
Depois da destituição de Blaise Compaoré, consecutiva a uma insurreição popular em finais de Outubro de 2014, o então Presidente refugiou-se na Costa do Marfim, país que mais tarde lhe ofereceu a nacionalidade. Muitos dos seus próximos foram detidos, mas, há algumas semanas, alguns obtiveram liberdades provisórias, suscitando incompreensão no seio duma parte da população.
No início deste mês,, cerca de uma dezenas de pessoas manifestaram-se diante do Palácio da Justiça, em Ouagadougou, contra a libertação pela Justiça dos antigos dignitários do regime.
