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ONU está “a desmoronar” sob o atual comando, diz ex-funcionária

Uma ex-diretora da ONU acusou o secretário-geral Ban Ki-moon de estar a fazer a entidade “desmoronar” e tornar-se irrelevante, conforme críticas que vieram à tona inicialmente na edição desta terça-feira do jornal “The Washington Post”. A sueca Inga-Britt Ahlenius, ex-chefe do Departamento de Serviços Internos de Supervisão (Oios, na sigla em inglês), disse que na gestão do sul-coreano Ban “não há transparência, há falta de responsabilidade.”

“Lamento dizer que o secretariado (da ONU) está agora em processo de decadência”, disse ela no seu relatório final de gestão. “Está não só a desmoronar…, está a derivar para a irrelevância.” Ahlenius deixou o cargo na semana passada, e ainda não há substituto nomeado. Ela disse que Ban reduziu o grau de independência do Oios, que investiga suspeitas de irregularidades na ONU, quando impediu que ela nomeasse o norte-americano Robert Appleton para a chefia de investigações do seu departamento.

Antes, Appleton havia dirigido uma task force que investigou um escândalo de corrupção no extinto programa da ONU que previa a troca de alimentos por petróleo iraquiano, na época em que o Iraque estava sob embargo econômico. Alguns países em desenvolvimento, sob a liderança da Rússia, pressionaram Ban a não permitir que Appleton assumisse o novo cargo, pois sentiam que a task force havia sido uma cruzada contra países pobres, segundo diplomatas ocidentais. Isso teria levado ao rompimento entre Ban e Ahlenius.

Um diplomata disse que ambos os funcionários comportaram-se como “crianças mimadas” –Ban por não escolher Appleton, que era o melhor candidato, e Ahlenius por não tolerar o fato de que seu preferido fora preterido.

ONU DEFENDE-SE

Martin Nesirky, porta-voz de Ban, disse que o secretário-geral aumentou a transparência na gestão da ONU, conforme havia prometido ao assumir o cargo, em janeiro de 2007. O mandato de Ban termina no final de 2011, e é provável que ele busque ser reconduzido. Vijay Nambiar, chefe de gabinete de Ban, disse em resposta ao Washington Post que “muitos fatos pertinentes foram ignorados ou mal representados” no relatório de Ahlenius.

Ele disse que Ban não contratou Appleton porque uma comissão escolhida por Ahlenius o aconselhou a não escolher um norte-americano para o cargo na Oios, pois isso violaria as “políticas da ONU sobre distribuição geográfica e de gênero”. No ano passado, a embaixadora-adjunta da Noruega na ONU, Mona Juul, escreveu um memorando interno –depois vazado para a imprensa– em que acusava Ban de ser um líder ausente, passivo e impotente.

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