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ONU contra “resposta egoísta” ao vírus do Ébola na África Ocidental

O Secretário-Geral (SG) da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu duma “resposta egoísta” à epidemia do Ébola na África Ocidental. Iniciando o seu périplo pela África Oriental no âmbito da luta contra a pobreza, Ki-moon denunciou igualmente da estigmatização do pessoal de saúde despistado negativo à doença do Ébola.

Declarou que os países não devem isolar os cidadãos dos Estados afectados pelo vírus do Ébola. «É claro que é preciso isolar os casos, mas não os países», frisou o SG da ONU, depois de se ter reunido com o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, com quem analisou uma resposta leste-africana a esta patologia.

Reagindo à crise do vírus do Ébola, que fez mais de quatro mil e 800 mortos, principalmente nos países da África da Ocidental, nomeadamente a Guiné Conakry, a Libéria e a Serra Leoa, os responsáveis da ONU, da União Africana (UA) e da União Europeia (UE) sublinharam que resolver o défice do pessoal de saúde na África Ocidental é essencial para impedir a propagação da doença na região e noutras do continente negro.

Ban Ki-moon advertiu particularmente da estigmatização do pessoal de saúde, despistado positivo ao vírus do Ébola, indicando que estes casos representavam a esperança duma solução para esta doença.

Os seus pronunciamentos seguem-se um dia depois de uma enfermeira, que tratou o Liberiano David Duncan, morto nos Estados Unidos da mesma patologia, ter sido declarada curada depois de um tratamento.

Ban Ki-moon declarou que o BM lidera a luta oferecendo financiamentos necessários para lutar contra o flagelo, sublinhando por outro lado a necessidade de financiamentos suplementares para estimular a resposta internacional.

Acrescentou ter-se avistado com líderes da África Oriental, dos quais o primeiro-ministro etíope Hailemariam, para debater o envio do pessoal de saúde suplementar à África Ocidental.

Por sua vez, o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, que acompanha Ban Ki-moon, com outros responsáveis de instituições financeiras internacionais e regionais, declarou que o vírus do Ébola não deve ser utilizado para «punir África».

«África continua aberta às empresas. Devemos certificar-nos de que África não está a ser punida devido ao vírus do Ébola”, indignou-se Yong Kim em conferência de imprensa conjunta com o SG da ONU, na presença de vários ministros dos países da África Oriental. A delegação onusina visita a África Oriental para lançar um projecto baseado na instalidade regional e na cooperação económica através do reforço do intercâmbio.

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