A Organização das Nações Unidas (ONU) assumiu o comando de uma força de paz africana no Mali nesta segunda-feira, reforçando a missão em um país ainda ameaçado por militantes e semanas distante do que analistas advertem que poderiam ser eleições caóticas.
A transferência de comando vai trazer ao país soldados de outras nações além da África e, finalmente, ver a operação mais do que o dobro de tamanho. As potências ocidentais e regionais querem manter a ordem no país do oeste africano depois de tumultuados 18 meses, quando soldados derrubaram o presidente e os rebeldes ligados à Al Qaeda tomaram o deserto no norte malinês.
A França, temendo que os militantes pudessem usar o território como plataforma para lançar ataques externos, liderou uma ofensiva relâmpago em janeiro, forçando-os a recuar. O governo francês ainda tem tropas no país, mas quer entregar a maioria das responsabilidades de segurança para a ONU.
A missão da ONU, conhecida como Minusma, será a terceira maior da organização internacional, com 12.600 soldados e policiais quando for totalmente implantado. “A força militar da Minusma será reforçada gradualmente nos próximos meses”, disse o chefe da missão, Bert Koenders, durante a cerimónia de lançamento em Bamaco. “O contingente será posicionado nos principais centros populacionais no norte do Mali … Mas a Minusma não pode fazer tudo. Estamos aqui para apoiar os esforços do governo e de seus parceiros.”
A força da ONU vai operar ao lado de tropas da ex-potência colonial França, algumas das quais vão permanecer no país para enfrentar o restos dos militantes. Há, atualmente, cerca de 6 mil soldados de países africanos, principalmente de países do oeste africano, e a ONU ainda está procurando homens, helicópteros e apoio de inteligência junto às nações contribuintes antes de a missão estar totalmente instalada e funcionando até o fim do ano.
O Mali fechou um acordo com rebeldes separatistas tuaregues para permitir que eleições aconteçam em áreas que ainda ocupam, antes de novas negociações com um governo eleito. Mas especialistas e algumas autoridades do Mali têm expressado preocupação com a pressa para fazer uma eleição que se destina a lançar as bases para a reconstrução de um país que era visto como modelo de democracia na região antes de sua rebelião, em 2012.