A Organização das Nações Unidas (ONU) aderiu à campanha para derrubar o veto ao hijab no futebol quatro dias antes de os chefões do desporto reunirem-se para rever a decisão.
O assessor especial da secretaria geral da ONU para desportos para o desenvolvimento e a paz, Wilfried Lemke, escreveu ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, manifestando o seu apoio ao direito de usar um véu com uma abertura de velcro.
Lemke expressou esperança de que “a questão seja resolvida de forma a respeitar tanto as leis do desporto como as considerações culturais, enquanto promove o futebol para todas as mulheres sem discriminação”, disse a ONU num comunicado.
“Enviaria a mensagem de que todas as jogadoras, do mais alto nível de elite até às bases, têm o direito de decidir se usam ou não essa peça, em especial, do vestuário quando estiver no campo.”
“Isso daria a oportunidade para que as extraordinárias atletas do sexo feminino demonstrem que o uso do véu não é um obstáculo para se distinguir na vida e nos desportos, e, portanto, contribuiria para contestar os estereótipos do género e trazer uma mudança nas mentalidades.”
Embora os desportos olímpicos como o rúgbi e o taekwondo permitam que as mulheres muçulmanas usem o véu nas competições, o futebol opõe-se à medida por questões de segurança.
Ano passado, a selecção feminina de futebol do Irão foi impedida de jogar uma partida das eliminatórias para a Olimpíada de 2012 contra a Jordânia porque as jogadoras recusaram-se de tirar os seus hijabs.
O Irão, que liderou o grupo na primeira rodada das eliminatórias olímpicas sem perder nenhum jogo, foi punido com derrota por 3 x 0 naquela partida, o que colocou fim ao sonho de ir para as Olimpíadas de Londres.
A decisão sobre a proibição será analisada pelo Conselho Internacional da Associação de Futebol, que vai reunir-se na Inglaterra, Sábado.
