Mais de 100 crianças estão entre os civis tâmeis que morreram no que é considerado um banho de sangue no Sri Lanka durante o fim de semana, afirmou o porta-voz da ONU em Colombo, Gordon Weiss.
Ele lembrou que as Nações Unidas já haviam alertado para o que aconteceria, já que milhares de civis estavam presos na estreita faixa de território costeoro onde os rebeldes tâmeis combatem para tentar conter a ofensiva do Exército. “A morte de civis em grande escala, incluindo a morte de mais de 100 crianças, durante o fim de semana mostra que o banho de sangue contra o qual se advertiu se tornou realidade”, declarou Weiss à AFP.
Os Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE) afirmaram no domingo que mais de 2.000 civis inocentes morreram nas últimas 24 horas em bombardeios do Exército, segundo um comunicado divulgado na internet.
A ONU calcula que 6.500 civis morreram e 14.000 ficaram feridos entre o fim de janeiro e meados de abril, durante a ofensiva final do Exército contra a rebelião separatista. Em quatro meses, a ONU acredita que 200.000 pessoas fugiram dos combates e estão em campos na região norte da ilha, onde o acesso da imprensa é muito limitado.
Depois de 37 anos de guerra, o governo do Sri Lanka está convencido de ter derrotado a rebelião tâmil, que controlava até 2007 um terço dos 65.000 km2 do antigo Ceilão, um país de 20 milhões de habitantes.