A Secretária-Geral (SG) adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Assuntos Humanitários, Valerie Amos, sublinhou, Quarta-feira (8), a necessidade de reforçar os socorros para perto de 270 mil pessoas obrigadas a fugir dos seus lares devido à violência na província de Kivu-Norte, no Leste da República Democrática do Congo (RDC).
Num comunicado, Amos, que efectua actualmente uma visita à RDC, considera que milhares de pessoas necessitam de ajuda e de apoio do seu Governo e da comunidade internacional.
Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), os combates na província de Kivu-Norte causaram a deslocação de mais de 250 mil pessoas nestas últimas semanas, das quais dezenas de milhares para o Rwanda e o Uganda.
O OCHA considera que, desde 2009, o conflito armado nesta parte do Leste do país causou a deslocação de dois milhões e 200 pessoas, das quais 656 mil só em Kivu-Norte.
Durante a sua visita, Amos reuniu-se em Kinshasa, a capital congolesa, com o primeiro-ministro congolês, Augustin Matata Ponyo Mapon, com quem discutiu sobre questões ligadas à insegurança crescente em Kivu-Norte e sobre a ajuda do Governo congolês às populações necessitadas.
“Apesar das condições extremamente difíceis, as agências fornecem uma assistência às populações afectadas em Kivu-Norte. Mas devemos fazer mais. Para reforçarmos a nossa acção, é preciso que atinjamos as pessoas necessitadas, mas os nossos esforços esbarram contra estradas dificilmente acessíveis e a insegurança”, revelou a SG adjunta para os Assuntos Humanitários.
Além disso, segundo Amos, os esforços de socorros estão actualmente bloqueados pela falta de financiamento. Dos 791 milhões de dólares americanos necessários para responder, este ano, aos desafios humanitários na RD Congo, só 341 milhões foram disponibilizados, acrescentou.
Depois de Kinshasa, Amos, cuja visita termina, esta Quarta-feira, à RDC, deslocou-se a Kivu-Norte para reunir-se com autoridades locais. Ela deve rumar, Quinta-feira (9), para o Rwanda onde visitará um campo de refugiados congoleses.