Uma organização de defesa dos direitos humanos acusou neste sábado militares da República Democrática do Congo (RDC) de violentar em março três pigmeus, um líder comunitário e os dois filhos, no leste do país, para ganhar uma “força sobrenatural”.
“Alguns militares da 85ª brigada das Forças Armadas da RDC (FARDC) sodomizaram três pigmeus para adquirir uma força sobrenatural e invulnerabilidade em Kisa”, denunciou a Liga dos Direitos Humanos da Região dos Grandes Lagos (LDGL).
A cidade de Kisa está situada no território de Walikale, na província de Kivu Norte, cenário de combates entre o Exército e diversos grupos armados ou rebeldes. “O líder do povoado foi despido e violentado na presença da mulher, dos filhos e de uma nora”, afirma um comunicado da ONG, que tem sede em Kigali e que reúne 20 associações de Ruanda, Burundi e da RDC. “Os meninos foram despidos e violentados diante do pai”, acrescenta a nota da LDGL, que informa ainda que a escola primária dos pigmeus do povoado foi destruída pelos miliatres.
A LDGL informa que alguns autores dos crimes foram detidos. Na região leste da RDC, acrescenta a organização, mulheres, idosos e crianças são frequentemente violentados por elementos dos diferentes grupos armados e por militares.