As autoridades de Bangladesh intensificam as detenções arbitrárias e as expulsões de uma minoria muçulmana que foge de Mianmar, e deixam os integrantes do grupo com fome em campos improvisados, acusa a ONG Médicos pelos Direitos Humanos (Physicians for Human Rights, PHR).
Milhares de refugiados Rohingyas, alguns deles há décadas em Bangladesh, foram deslocados para campos, abandonados e deixados sem alimentação, destaca a PHR.
“É inadmissível deixar morrer de fome esta população vulnerável e sem Estado”, denunciou Richard Sollom, director da ONG. “Depois do recente terremoto no Haiti, o índice de desnutrição infantil chegou a 6%; nos campos dos Rohingyas é de 18,2% e eles não recebem nenhuma ajuda”, completou.
A ONU considera os Rohingyas uma das minorias étnicas mais perseguidas no mundo. Em Mianmar, 700.000 membros desta comunidade sofrem discriminações e têm a nacionalidade negada pelo governo, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A cada ano milhares de Rohingyas cruzam a fronteira com Bangladesh, que concedeu o status de refugiado a 28.000 deles.
Mas, segundo estimativas, há entre 200.000 e 300.000 refugiados clandestinos da etnia no país.