As obras de construção da hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa, na província de Tete, Centronoroeste de Moçambique, poderão arrancar em 2011. Esta barragem é orçada em cerca de 2,4 biliões de dólares norte-americanos, valor a ser disponibilizado pela empresa brasileira denominada “Camargo Correia”, em cerca de 40%, e pelas empresas moçambicanas Energia Capital e Electricidade de Moçambique (EDM), em 40 e 20 por cento, respectivamente. O Governo já promoveu estudos para analisar a viabilidade técnica e ambiental do projecto, e procurou parceiros para o seu desenvolvimento.
Um relatório nesse sentido foi apresentado última Terça-feira, em Maputo. O documento não identifica nenhum problema que possa inviabilizar o projecto. As obras da construção desta infraestrutura estarão a cargo da empresa Hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa SA (HMNK) que já assinou, com o Governo moçambicano, um acordo de princípios, que também estabelece que esta empresa ficará responsável pela construção, operação e manutenção da hidroeléctrica durante um período de concessão que ainda será definido pelo Governo.
Após o período de concessão, a hidroeléctrica passará para o Governo moçambicano. Esta Barragem será de betão e terá 90 metros de altura e 700 metros de cumprimento. A mesma irá criar uma albufeira de cerca de 100 quilómetros quadrados (Km²) de área, muito mais pequena em relação a de Cahora Bassa (HCB), que tem 2.700 Km², também instalada ao longo do rio Zambeze.
Este projecto resulta da crescente procura de energia. A curto prazo, este recurso poderá escassear, já que a produção da HCB e de outras centrais menores existentes em Moçambique não será suficiente. Com a construção da hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa, o país espera satisfazer as crescentes necessidades internas e atrair novos projectos industriais.
O administrador executivo deste projecto, Egídio Leite, disse que para além das necessidades nacionais, a hidroeléctrica irá fornecer energia a alguns países da Africa Austral, contribuindo desse modo para o equilíbrio da balança comercial de Moçambique e para o desenvolvimento dos países da região.
A construção desta infra-estrutura poderá empregar cerca de 4 mil trabalhadores durante os primeiros cinco anos. Outros 12 mil postos de trabalhos poderão ser criados tendo em conta a necessidade de fornecimento de bens e serviços. A barragem localizar-se-á no rio Zambeze, a cerca de 70 km a nordeste da cidade de Tete, e a 61 km a sudeste da barragem de Cahora Bassa. A central onde será produzida a energia será instalada na margem esquerda (distrito de Chiúta) com uma potência de cerca de 1.500 Mega Watts (MW).