O megainvestidor George Soros estimou na quarta-feira que os projectos do presidente americano, Barack Obama, para regular o sistema financeiro não vão longe o suficiente e chegam cedo demais, porque os bancos ainda não se recuperaram da crise económica.
“Apoio o projecto, mas acho que não vai longe o suficiente”, declarou Soros a jornalistas durante o Fórum Económico Mundial (WEF) em Davos, na Suíça. O presidente americano quer limitar o crescimento dos bancos para evitar consequências dramáticas em caso de falência, e quer impedir os estabelecimentos bancários de conduzir operações por conta própria com o dinheiro do contribuinte. “O projecto de Obama chega cedo demais, pois os bancos ainda não se recuperaram da crise”, acrescentou.
“A comunidade bancária que se opõe (às reformas) está cometendo um grave erro” ao rejeitar os projetos de reformulação do sistema, prosseguiu. Para Soros, o governo americano precisa esperar mais, pois “é mais importante instaurar a legislação do que se apressar”. “É importante despolitizar” estes projetos de reforma, frisou. O megainvestidor também discordou da ideia de Obama de impedir alguns bancos de conduzir operações nos mercados por conta própria, afirmando que levaria os estabelecimentos financeiros a se separar de seus bancos de negócios.
“Estes bancos de negócios ficariam importantes demais”, e apresentariam assim um risco sistêmico em caso de falência, advertiu. George Soros também advertiu para o risco de bolhas especulativas na China, e disse que o país asiático deveria deixar sua moeda ficar mais cara.
Ele ainda considerou o preço do ouro superestimado. “A China não desempenha seu papel no sistema internacional, por considerar que não é reconhecida como merece”, comentou.