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Obama justifica hiperatividade dos 50 primeiros dias citando Lincoln e sua mãe

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, referiu-se com emoção a Abraham Lincoln e à mãe para anunciar uma nova reforma e justificar a hiperatividade que mostrou nos 50 primeiros dias de seu mandato.

Terça-feira, durante um discurso em Washington, Obama lançou uma reforma educacional, afirmando a necessidade de conter o declínio do ensino americano para manter o país na liderança do ranking mundial, de aumentar os salários dos bons professores e o tempo passado na escola, e de exigir mais dos alunos, tudo isso para preservar o “sonho americano” que levou seu próprio pai a deixar o Quênia para estudar nos Estados Unidos.

Já no dia seguinte à posse de 20 de janeiro, Obama cumpriu a promessa de ruptura com o governo de George W. Bush ao mandar fechar o campo de Guantánamo.

Obama também anunciou novas estratégias para o Iraque e o Afeganistão. Pouco depois, ele apresentou seu primeiro orçamento, empreendeu uma audaciosa reforma do sistema de saúde, revogou medidas tomadas por seu predecessor sobre o meio ambiente, as pesquisas com células-tronco e os direitos trabalhistas.

Obama tomou todas estas providências em meio à pior crise econômica desde os anos 30. O presidente comandou a elaboração de um gigantesco plano para recuperar a economia, assim como planos de resgate dos bancos e do setor imobiliário.

Ele também monitorou os esforços de reestruturação de uma indústria automobilística à beira da falência.

Paralelamente, ele teve problemas na hora de formar seu governo, admitindo ter cometido “erros”.

Segundo especialistas, Obama assumiu no período mais complicado desde Franklin Roosevelt em 1933, ou até desde Abraham Lincoln em 1861. Lincoln, Roosevelt e John Fitzgerald Kennedy foram, inclusive, lembrados por Obama na hora de responder a seus detratores, que o acusaram de “disparar para todos os lados”.

“Sei que para alguns, só se pode resolver um problema de cada vez. Estas pessoas se esquecem de que Lincoln contribuiu para abrir a linha (ferroviária) transcontinental, aplicou o Homestead Act (sobre a distribbuição de terras) e criou a Academia nacional das ciências em plena guerra civil.

O presidente Roosevelt não teve o luxo de poder escolher entre a guerra e a Grande Depressão.

O presidente Kennedy não escolheu entre defender os direitos cívicos e enviar o homem à Lua. Nós não podemos nos dar ao luxo de escolher entre reerguer nossa economia e reconstrui-la no longo prazo”, discursou.

Obama apelou para o lado pessoal ao defender sua reforma educacional. Ele falou de seu pai, de sua irmã – que é professora – e de suas filhas.

Com a voz ficou embargada pela emoção quando mencionou sua mãe. Ele contou que quando viviam na Indonésia, ela não podia enviá-lo às mesmas escolas que as dos filhos de americanos, e pagou professores para lhe dar aulas por correspondência.

“Lembro quando acordava às 4H30 da manhã, cinco dias por semana, para estudar e ir à escola. Sempre que reclamava e queria ficar na cama, ela insistia para que eu levantasse. É porque ela fez isso dia após dia, semana após semana, e porque me foram dadas tantas chances, que posso estar aqui hoje e que sou o presidente dos Estados Unidos”, finalizou.

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