Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o republicano Mitt Romney lutam para vencer as eleições do dia 6 de Novembro, outros dois homens estão a preparar-se para um combate judicial que pode começar no dia seguinte.
Eles são os advogados contratados pelas equipes de Obama e Romney para navegar nos desafios legais dos procedimentos eleitorais. Ou, lembrando a famosa disputa de 2000, decidida apenas pela Suprema Corte dos Estados Unidos, para lidar com a disputa sobre o resultado das eleições.
No comando da equipe de Romney está Benjamin Ginsberg, conselheiro judicial chefe das campanhas de George W. Bush em 2000 e 2004.
Obama recorreu a Robert Bauer, ex-conselheiro que trabalhou contra esforços republicanos para alterar leis eleitorais nos estados como Ohio, um local politicamente dividido e que pode determinar o vencedor a 6 de Novembro.
Até agora, Ginsberg e Bauer participaram discretamente da campanha deste ano. No outono norte-americano (primavera no Brasil), os dois negociaram os termos dos três debates presidenciais e outro entre os candidatos a vice, Joe Biden (atual) e o republicano Paul Ryan.
O acordo lidava com os detalhes dos debates, como os formatos, por exemplo. Antes da convenção, o republicano em Tampa, Flórida, em agosto, Ginsberg liderou os esforços da campanha de Romney para obter maior controle das regras do partido, enfurecendo alguns activistas republicanos que viram a medida como um acúmulo de poder pela equipe do candidato.
Ginsberg e Bauer, que não responderam os pedidos de entrevista, estão engajados no mesmo tipo de aventuras legais das eleições tão frequentemente que Joe Allbaugh, gerente da campanha de Bush em 2000, os chama de “Gêmeos Bobbsey”, uma paródia com os personagens de uma história infantil.
Por décadas, Ginsberg e Bauer deram conselhos legais para campanhas, recontagens e batalhas eleitorais na Justiça. “A verdade é: há poucos advogados que actuam nessa área”, afirmou Ginsberg ao The New York Times em 2004.
O advogado da campanha democrata mostrou estar propenso a entrar na disputa política. Este ano, Bauer discutiu com o estrategista republicano Karl Rove, dizendo que o American Crossroads, um grupo conservador co-fundado pelo ex-conselheiro de Bush, estava ilegalmente conveniado à campanha de Romney.
Sob o código fiscal dos EUA, o braço sem fins lucrativos da American Crossroads, conhecido como Crossroads GPS, pode obter e gastar fundos ilimitados como uma organização “de bem-estar social” sem relatar os doadores, contanto que advogue por posições ou assuntos que não favoreçam directamente um candidato.
Em Junho, Rove disse à Fox News que o grupo Crossroads não estava a fazer nada ilegal, e as críticas de Bauer “não nos mudariam na forma de fazer exactamente o que somos designados a fazer sob a lei”.
Caos
Com Obama e Romney em empate técnico nas pesquisas de opinião, a corrida estado por estado tem uma série de possibilidades caóticas. O cenário mais provável é o de haver um claro vencedor na noite das eleições, ou na manhã seguinte.
Mas a disputa apertada levanta a possibilidade de uma série de cenários menos conclusivos e mais confusos. Entre eles: um resultado contestado num estado devido a atrasos na votação, problemas com cédulas ou contagem dos votos.
Umas eleições contestadas fariam Bauer e Ginsberg – e escritórios de advocacias em toda a nação – correrem para os tribunais para questionar a validade dos votos e quaisquer outras irregularidades que possam ter influenciado nos resultados estaduais.