O presidente Barack Obama tem uma crescente vantagem nas pesquisas e um caminho mais fácil para a Casa Branca do que o seu adversário, o republicano Mitt Romney, que no entanto permanece no encalço do democrata, a oito semanas das eleições presidenciais nos EUA.
Obama ampliou a sua vantagem sobre Romney depois das convenções partidárias, e agora lidera em oito dos nove Estados considerados decisivos, o que lhe dá uma vantagem clara, sem no entanto assegurar a sua reeleição.
As pesquisas dos institutos Gallup e Rasmussen, actualizadas diariamente, dão, Segunda-feira 5 pontos percentuais de vantagem para Obama. No levantamento CNN/ORC, o presidente está 6 pontos à frente entre os eleitores propensos a votar.
Antes da convenção democrata, a situação era de empate. A pesquisa CNN mostra que apenas 3 por cento dos prováveis eleitores permanecem indecisos ou apoiam algum candidato que não seja Obama nem Romney.
As convenções partidárias costumam oferecer efémeros “empurrões” para os candidatos nas pesquisas, mas agora Romney está a ficar sem opções para dar uma guinada na disputa e conquistar o pequeno grupo de eleitores ainda indecisos.
Até 6 de Novembro, dia da votação, os principais eventos da campanha serão os três debates presidenciais e um debate entre os candidatos a vice, todos em Outubro.
“Claramente, entrando nos 60 dias finais de campanha, o presidente abriu uma vantagem, e isso inclui os Estados oscilantes também”, disse Peter Brown, estatístico da Universidade Quinnipiac.
“Mas Romney só precisa de mexer o ponteiro alguns pontos e a corrida voltaria a ficar empatada.” A campanha republicana minimizou os resultados das pesquisas, divulgando um memorando em que o estatístico Neil Newhouse compara o avanço obamista pós-convenção à rápida euforia depois do consumo do açúcar.
Ele previu que a situação económica dos EUA fará com que a disputa volte rapidamente a ficar acirrada. “A estrutura básica da campanha não mudou significativamente”, disse Newhouse. “A realidade da economia dos EUA no governo de Obama vai reafirmar-se.”
Romney, ex-executivo de uma firma de investimentos, tem argumentado que a sua experiência empresarial qualificale para promover a geração de empregos e a recuperação económica.
Mas ele nunca conseguiu distanciar-se de Obama, cuja campanha há meses martela anúncios acusando o republicano de ser um milionário insensível, alheio aos problemas dos norte-americanos comuns.
A divulgação de más estatísticas sobre a geração de empregos na manhã da Sexta-feira, horas depois do discurso de Obama na convenção democrata, não impediu que o presidente atingisse 50 por cento das intenções de voto na pesquisa CNN, e que a sua taxa de aprovação batesse um recorde no levantamento do Gallup.
A partir de agora, ambas as campanha pretendem concentrar os seus anúncios nos Estados mais decisivos. Os republicanos esperam usar a sua vantagem financeira, 60 milhões de dólares em Agosto, para convencer o eleitorado sobre a necessidade de mudar o comando da economia.