A Universidade Politécnica assinalou o Dia da Criança Africana, que se celebra a 16 de Junho, com o lançamento da obra infanto-juvenil “O Papagaio Que Não é Um Pássaro”, da autoria do escritor moçambicano Rudêncio Morais, numa cerimónia marcada pela celebração da leitura, da memória e da criatividade das crianças moçambicanas.
O evento teve lugar na Escola Secundária das Acácias, na cidade de Maputo, e foi marcado por diversas manifestações culturais protagonizadas pelos estudantes, que transformaram o espaço num palco de imaginação e reencontro com os brinquedos, as paisagens e os sonhos da infância.
Na apresentação da obra, o académico Aurélio Ginja descreveu o livro como “um rio de saudade que desagua no coração das nossas crianças”, sublinhando o seu carácter poético, didáctico e profundamente nostálgico.
“Rudêncio Morais convida-nos a redescobrir o mundo com o olhar encantado da infância, onde uma bola de trapos pode ser nave espacial e um papagaio ganha asas apenas com a força da imaginação”, afirmou.
Por sua vez, Verónica Nhamona Sitoe, directora das Bibliotecas da Universidade Politécnica, destacou a importância da iniciativa como instrumento de promoção do gosto pela leitura entre os mais novos. “A Escola Secundária das Acácias alberga, no seu seio, muitos alunos talentosos. Este facto nos motiva a trazer mais livros para esta escola. Esperamos voltar mais vezes para podermos, juntos, brincar lendo livros”, referiu, enaltecendo o envolvimento e a expressividade dos alunos durante o evento.
Na sua intervenção, Rudêncio Morais partilhou a origem inspiradora do livro, que nasceu do encontro entre a arte e a memória, motivado por uma pintura do artista plástico Celso Manhengue.
“Este livro é, na realidade, um brinquedo de letras que caminha connosco, ensinando-nos a ver nas borboletas as flores que voam”, disse Rudêncio Morais, acrescentando que “O Papagaio Que Não é Um Pássaro” é uma homenagem aos sonhos e à ternura que definem a infância.
A sessão culminou com a entrega de exemplares autografados da obra, aos alunos da Escola Secundária das Acácias, numa acção que se pretende replicar em outras instituições escolares do País, como forma de incentivar a leitura e valorizar a produção literária nacional voltada à camada infanto-juvenil.