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O mundo todo espera alguma coisa de Barack Obama

Barack Obama, que assume o cargo mais importante do planeta, o de presidente dos Estados Unidos, gera imensas expectativas não só no país, mas em todo o mundo como sucessor de George W. Bush, que encerra oito anos de mandato marcado pela guerra do Iraque e o combate ao terrorismo, além do descaso com o aquecimento global, a mudança de tom nas relações com a Rússia e uma crise financeira e econômica sem precedentes.

Obama já afirmou que assumirá um papel ativo na situação “imediatamente” após assumir a presidência. “A primeira e mais imediata preocupação de Obama na política internacional deve ser o Oriente Médio”, estimou esta semana o primeiro- ministro britânico, Gordon Brown. A respeito do Oriente Médio, espera-se que o novo presidente adote uma postura muito diferente da de seu predecessor, que durante seu período na Casa Branca colaborou para a demonização da imagem dos EUA no mundo árabe graças à invasão do Iraque, em 2003.

Hillary Clinton, sua futura secretária de Estado, indicou que pretende perseguir uma aproximação diplomática com Síria e Irã, confirmando a promessa de campanha de Obama sobre estabelecer um canal de diálogo com Teerã, um dos integrantes do “eixo do mal” de George W. Bush. “Gostaríamos muito de contribuir para estabilizar a região (do Oriente Médio). Mas devemos envolver-nos, e não isolar-nos, como temos feito até agora”, disse por sua vez o presidente sírio, Bachar al Assad, em entrevista ao jornal alemão Der Spiegel.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que seu país espera uma “mudança de comportamento” dos Estados Unidos, e principalmente que os americanos “parem de se intrometer nos assuntos dos outros países”.

Uma das primeiras decisões de Obama, segundo seus colaboradores, será ordenar o fechamento da prisão americana na base naval de Guantánamo, em Cuba, símbolo dos excessos da luta antiterrorista de Bush.

No Iraque, o Pentágono já prepara os planos para uma retirada acelerada das tropas, prometida por Obama durante a campanha eleitoral. Seus esforços militares se concentrarão na guerra do Afeganistão, principal frente de Obama na luta contra o terrorismo, para onde planeja mandar um reforço de 30.000 homens dentro de 18 meses. “Esperamos ver uma mudança radical na forma como fazemos a guerra contra o terrorismo”, declarou Homayun Hamidzada, porta-voz do presidente afegão, Hamid Karzai, destacando que “a solução (para o problema afegão) é uma aproximação regional”. Tanto no Afeganistão quanto na Índia, os governos acusam o Paquistão de apoiar os grupos extremistas que cometem ataques terroristas em seu território, como os violentos atentados de Mumbai, em novembro. “A Índia quer ver como a administração de Obama responderá ao Paquistão e que pressões ela exercerá sobre este país para (acabar com) o terrorismo”, disse Lalit Mansingh, ex-embaixador da Índia em Washington.

Além disso, o novo governo herdará relações especialmente tensas com a Rússia, que durante o conflito na Geórgia lembraram em alguns momentos o clima da Guerra Fria. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou no sábado que Obama é um homem “sincero e aberto”, que até agora mandou sinais positivos para Moscou, mas que mesmo assim a Europa não deveria esperar demais de seu governo.

O mundo também anseia pelo posicionamento de Obama em relação a um compromisso americano de preservação do meio ambiente e combate às mudanças climáticas. Durante a campanha, o futuro presidente acusou Bush de simplesmente ignorar o problema.

A crise econômica, no entanto, certamente será a prioridade zero do novo governo. Em abril, uma nova cúpula de países do G20 em Londres – que deve estabelecer novas regras para o sistema de finanças internacional – ganhou uma dose extra de expectativas com o advento da presença de Barack Obama.

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