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O Comité da News Corp pode ter posto fontes jornalísticas em risco

Um grupo de executivos e advogados formado pela News Corp, de Rupert Murdoch, para sanear as práticas jornalísticas das suas publicações em Londres foi acusado de colocar em risco as fontes sigilosas nas suas conversações com os investigadores da polícia britânica.

O britânico Roy Greenslade, ex-editor que escreve um blog para o jornal The Guardian, disse que uma fonte de dentro da News International, a empresa que publica os jornais britânicos de Murdoch, disse-lhe que o Comité de Administração e Padrões (MSC na sigla em inglês) apresentou à polícia um email que continha material bruto sem deletar as informações que identificam o informante.

Outra fonte de dentro da News International confirmou que crescia a preocupação dentro da empresa de que o MSC, um grupo de altos executivos que supervisiona as conversações da News International com a polícia britânica, esteja “a cooperar em excesso” com as autoridades.

A fonte disse que os jornalistas da News International estão preocupados de que a empresa esteja a apresentar informações demais aos investigadores.

Um porta-voz do comité disse que “O MSC está absolutamente ciente da necessidade de proteger as fontes jornalísticas. Esse é o nosso negócio…O MSC analisa o material para garantir que as fontes sigilosas sejam sempre protegidas.”

A News Corp, principal empresa norte-americana de Murdoch, criou o MSC no ano passado na esteira da confusão política e do furor público por causa das acusações de que os jornalistas da News International usaram de forma sistemática o grampo no correio de voz dos telefones, o que é ilegal pela lei britânica, e outras tácticas de reportagem questionáveis.

O MSC, que supostamente deveria operar de forma independente dos três jornais britânicos remanescentes da News International, é o principal elo da News Corp com o Serviço da Polícia Metropolitana de Londres, também conhecido como Scotland Yard, cujos detectives conduzem três investigações paralelas, cobrindo o grampo telefónico, o hackeamento de computadores e o suborno de policiais, sobre práticas questionáveis nos jornais britânicos.

Greenslade mostrou à Reuters um email recebido por ele duma fonte de dentro da News International. Na mensagem, a fonte, cuja identidade Greenslade não revelou, reclama que o MSC “parece ter apresentado informações privadas à polícia e aos outros durante as investigações (sobre a News International).”

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