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O caótico trânsito na capital do país, é… Um inferno a “rebentar pelas costuras”

Óctuplos nascidos nos EUA já respiram sem aparelhos

A cada dois minutos, um automóvel é registado no país. Isso significa que por hora entram cerca de 30 automóveis, por dia 720, por mês 21.600 e por ano 259.200. Estas médias são do ano de 2008. E porque o crescimento anual tem sido de 10%, as previsões apontam para uma entrada de 281.120 automóveis em 2009. E aqui estamos a falar só de veículos manifestados e com a documentação em dia. Não dos ilegais. Perante a situação de desorganização, compadrio, cunha e corrupção em geral que campeiam, pode calcular-se que se “acotovelam”por aí 300 mil veículos, com maior incidência na cidade capital, Maputo. São carros, carros e mais carros em circulação, alguns deles a queimarem mais óleo que gasolina.

O cenário de Maputo e Matola, é preocupante. Diariamente, a luta é frenética, tanto para se circular como para se estacionar. A média de acidentes cresce a cada dia, com os “chapa-cem” a comandarem o “ranking”. Da falta de vistoria às condições de circulação dos carros, resulta um outro mal: a poluição. E se a tudo isso juntarmos a malcriadez de alguns condutores, as inversões de marcha despropositadas, as entradas em sentido proibido e as passagens com o sinal vermelho, facilmente se imagina o “inferno” a que o citadino se vai habituando. Pelo número galopante de entrada de viaturas, novas ou usadas, ninguém poderá prever no que se transformará o trânsito daqui a alguns anos. Um fenónemo a exigir medidas urgentes, apontadas para o descongestionamento.

A gasolina está cara. As peças são vendidas a preços incomportáveis. As “máquinas” de alta cilindrada e versão recente são o alvo preferencial dos assaltantes à mão armada. Porém, estes factores, não são suficientemente impeditivos para que os maputenses – mesmo os da chamada classe média/baixa – coloquem na crista das suas prioridades, a compra de uma viatura!

Carapaus e
dubaizinhos

A partir da altura em que a África do Sul começou a limitar a importação de carros usados, protegendo e estimulando a compra de veículos novos de fabrico local, os vendedores de viaturas em 2.ª mão mudaram-se, com “armas e bagagens”, para o nosso País. De um dia para o outro, a competição entre “stand’s” de vendas de viaturas usadas passou a ocupar tudo quanto era espaço vazio, com os preços de cada carro a rondarem entre os 30 a 45% do que se pagaria por uma viatura nova. Um cenário que alarga o leque de potenciais compradores ao cidadão de salário médio.

Aqui começa a cair por terra a recusa em transformar o País num “armazém de sucatas” como um dirigente uma vez catalogou a importação dos carros em segunda mão. O fenómeno, ao que parece, veio mesmo para ficar.

E eles aí estão, a desfilar. Há de tudo um pouco. Os 4×4, 4×2, os dubaizinhos e os carapaus, vendidos diariamente, já com matrícula nacional. Nos jornais, ou colados nos vidros das viaturas, a oferta é permanente. Até já se compra a prestações, com cheques pré-datados ou noutras modalidades.

E quem os compra? Funcionários médios que não tem direito a carro da empresa, pequenos comerciantes, jovens recém-formados e os chamados “ministros das finanças” de certas moças, com posses para oferecer uma viatura como prenda à… “casa dois”!

Do outro lado da “barricada”, sentindo-se vitimados por uma concorrência que consideram desleal, os agentes de viaturas novas desdobram-se em arranjos, criando modalidades e “leasings” em que “não é preciso fazer ginástica”.

Senhoras ao volante

Os tempos mudaram e elas já se sentem bem ao volante. As escolas de condução registam o facto de, cada vez mais, o número de damas candidatarem-se à carta de condução ser cada vez maior. Inclusivé para pesados e profissional. Estamos em presença de uma clara demonstração de que elas já “mandaram às urtigas” a velha máxima do sexo fraco.

Nas avenidas de Maputo, seguramente, mais de 35% dos condutores são do sexo feminino. E têm-se saído bem porque, em regra, são cuidadosas. Se antes, fruto de algum machismo, quando alguém visse uma senhora ao volante encostava a sua viatura à berma, hoje elas dão cartas, desfilando em viaturas de médio e grande porte, com um à vontade de fazer inveja a muitos homens.

A tortura de guiar e estacionar na capital

Da Matola para Maputo, a longa bicha começa na portagem e não termina mais. É a dor de cabeça do “para-arranca-pára-arranca” até ao coração da cidade. Vindo de Marracuene, via Estrada Nacional Número Um, o cenário é ainda pior. Depois, vem a mãe de todas as batalhas que é encontrar um lugar para estacionar. Cada palmo de terreno é disputado com nervosiasmo. E não falta quem estacione em lugares proibidos, mesmo sabendo que o reboque da Polícia Municipal anda muito activo.

 

Ao ritmo que cresce o parque automóvel, o inferno de conduzir e estacionar na capital do país, vai continuar em crescendo. Algumas medidas como o parque de estacionamento municipal e outros que se projectam, não passam de paliativos para uma doença que se agrava aos olhos de todos.

 

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