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Nyusi aposta na política da cerveja e futebol para novo mandato

Nyusi aposta na política da cerveja e futebol para novo mandato

Foto da Presidência da RepúblicaFilipe Nyusi, que no início da semana disse aos presidentes dos conselhos autárquicos que governar é uma ciência, renovou a sua aposta de cerveja e futebol para garantir a sua vitória nas Gerais de 2019 desafiando a Heineken a pagar os custos do Moçambola. São dezenas de milhões de meticais que seriam melhor investidos em escolas ou hospitais que o Governo não tem conseguido construir.

Discursando nesta quarta-feira (13), pouco depois de inaugurar a fábrica que a cervejeira holandesa edificou no distrito de Marracuene, o Presidente da República e candidato do partido Frelimo a um segundo mandato disse ter pedido aos responsáveis da empresa, que muitos benefícios fiscais obteve do Estado, apoio financeiro para viabilizar o campeonato nacional de futebol da 1ª divisão.

“No que tange a responsabilidade social eu ainda introduzi um tema aqui a família Heineken, agora na mesa, e também aos gestores, que todo o povo moçambicano clama por um campeonato nacional onde as 16 equipas, ou 14, jogam umas contra as outras, que tal ser o patrono a Heineken viabilizando este projecto”, revelou Nyusi que no início da semana havia dito aos presidentes dos conselhos autárquicos que governar agora é uma ciência.

Na verdade a maioria do povo não está preocupado com a falta de futebol, diga-se que outras modalidades que custam muito menos dão mais alegrias do que o chamado “desporto rei”, mas antes com a falta de escolas secundárias que o Governo de Nyusi não conseguiu construir obrigando quase meio milhão de alunos a deixarem de estudar. Os moçambicanos precisam de hospitais pelo menos nos 16 distritos que Filipe Nyusi prometeu construir até 2019, nos 4 anos passados edificou apenas 2.

A aposta de Nyusi, e do partido Frelimo, na cerveja, único produto que não aumentou de preço desde o início da crise e que a Heineken conseguiu lançar no mercado a um custo mais barato do que a concorrência, e no futebol é comparável a política do Império Romano. Diante de problemas sociais como, por exemplo, o desemprego e falta de educação, condições impróprias para uma habitação digna e o excesso de corrupção nos gestores públicos a estratégia dos políticos romanos era distribuir pão e organizar jogos de circo, no caso de Moçambique o cereal distribuído é a cevada ou milho em forma de bebida alcoólica e a diversão deverá acontecer nos campos de futebol.

Lembre-se que em 2018 o Presidente Nyusi também interviu pessoalmente para evitar que o Moçambola interrompido redireccionado verbas do Ministério da Terra e Desenvolvimento Rural para pagar contas da Liga Moçambicana de Clubes.

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