Poucos manifestantes pró-democracia permaneciam nas ruas de Hong Kong, esta segunda-feira (8), antes de uma possível acção da polícia no meio da semana contra o principal acampamento de protesto na cidade, que testa a paciência de moradores e trabalhadores há mais de dois meses.
Joshua Wong, um dos principais líderes estudantis, disse que o seu grupo manteria o princípio de não violência durante a liberação do local de protesto no Almirantado, que abriga escritórios do governo e fica próximo ao centro comercial da cidade.
Os oficiais de justiça e policiais devem fazer a acção na quarta-feira, segundo a imprensa local. “A liberação das vias é uma questão de tempo”, disse Chan, de 69 anos, que ajudou a construir e manter a área dos estudantes no local.
“Vamos continuar até o último momento e então vamos embora.” Os manifestantes exigem eleições livres para escolher o líder de Hong Kong, uma ex-colónia britânica que voltou ao controle chinês em 1997. Sob uma fórmula política de “um país, dois sistemas”, Hong Kong tem certa autonomia da China continental controlada pelo Partido Comunista, e também tem uma promessa de sufrágio universal.
Pequim permitiu uma votação nas próximas eleições em 2017, mas insiste em pré-seleccionar os candidatos. O actual líder, C.Y. Leung, rejeitou pedidos por uma nova consulta sobre reforma política e alertou os manifestantes contra o uso de violência quando a acção policial começar. Cerca de 100 manifestantes estavam nos arredores do Almirantado, esta segunda-feira.
A maioria das tendas estava vazia. Há expectativa de que alguns grupos radicais tentem resistir. “Não é uma questão de resistência, mas sim de auto-defesa”, disse o manifestante Platt Ho, de 27 anos. Policiais foram acusados de usar força excessiva contra os manifestantes depois de terem usado gás lacrimogéneo em Setembro.
No fim de semana, centenas de pessoas marcharam para protestar contra brutalidade policial, enquanto um grupo de cerca de 30 pessoas juntou-se para apoiar a polícia, segundo a rádio RTHK.