O ano de 2014 não deixa boas recordações no que diz respeito à sinistralidade rodoviária em Moçambique. É, obviamente, um ano para esquecer, mas a reflectir na chacina e nos estragos que uma condução irresponsável causa. Mais de 1.600 pessoas morreram só nos locais de acidentes, o que sugere que a tragédia é maior do que os números oficias reportam.
Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da Polícia de República de Moçambique (PRM), fez um trejeito aborrecido, na terça-feira (20), no habitual briefing à Imprensa, por consternação, e disse que o desejo das autoridades da Lei e Ordem, em 2015, é que os automobilistas sejam mais responsáveis porque “2014 não deixa saudades”.
As estatísticas da Polícia, sobre os óbitos em alusão, no ano passado, não incluem os cidadãos que perderam a vida em diferentes unidades sanitárias do país, onde estavam internados em consequência de traumas graves.
Apesar desta situação desoladora, vários condutores continuam sem observar as regras elementares de trânsito quando se fazem à via pública e, regra geral, matam por negligência.
Entre 10 e 16 de Janeiro, a Polícia registou 24 óbitos, 40 feridos graves e 69 indivíduos com traumas ligeiros em virtude de 40 acidentes de viação, em todo o país. Trata-se de 14 atropelamentos, oito choques entre carros, 12 despistes e capotamento, e cinco choques entre viaturas e motorizadas.
As causas são as mesmas: condução sob o efeito de álcool, ultrapassagens irregulares, e deficiências mecânicas de algumas viaturas, só para citar alguns exemplos.
A 10 de Janeiro, no bairro do Ferroviário, em Maputo, um jovem identificado pelo nome de Valério, de 29 anos de idade, foi preso por desobediência à Polícia numa altura em que conduzia bêbado. Esta desgraça foi perpetrada por condutores de diversas idades, dos quais os de 25 a 31 anos se destacaram ao causarem 14 acidentes, seguidos dos automobilistas de 32 a 38 anos, com 10.
Relativamente à fiscalização rodoviária, a Polícia de Trânsito (PT) autuou 2.846 viaturas, impôs 3.111 multas, apreendeu 62 carros por diversas irregularidades, 49 cartas de condução devido à bebedeira e deteve 13 indivíduos por condução ilegal.
Algumas detenções aconteceram na Massinga, província de Inhambane, onde dois cidadãos que respondem pelos nomes de Ricardo e Edito, de 40 e 17 anos de idade, respectivamente, conduziram viaturas com registos sul-africanos sem documentação para o efeito.