O número de novos casos do Ébola confirmados totalizou 99 na semana encerrada em 25 de Janeiro, o menor registro desde Junho de 2014, informou a Organização Mundial da Saúde nesta quinta-feira, sinalizando que a maré pode ter virado na luta contra a epidemia. “A resposta à doença do vírus do Ebola agora passou para uma segunda fase, já que o foco muda de retardar a transmissão para acabar com a epidemia”, disse a OMS.
“Para atingir esse objetivo o mais rápido possível os esforços mudaram da construção rápida de infraestrutura para a garantia da forma mais eficaz possível de melhor capacidade de identificação de casos, gestão de casos, fazer enterros de segurança e envolver a comunidade.”
A epidemia matou 8.810 pessoas em um total de 22.092 casos registrados, quase todos eles na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri.
Os casos e mortes caíram rapidamente na Libéria e Serra Leoa nas últimas semanas, com 20 mortes registradas na Libéria, em 21 dias até 25 de Janeiro, ou seja, menos de uma por dia. Mas a Guiné-Conacri relatou 30 casos confirmados na última semana, contra 20 na semana anterior.
A epidemia também ainda está a propagar-se geograficamente nesse país, com um primeiro caso confirmado na região de Mali, perto do Senegal, que reabriu a sua fronteira com a Guiné-Conacri na segunda-feira.
Um ressurgimento do vírus na Guiné, país onde o surto começou, iria ameaçar a meta do presidente Alpha Condé de erradicar o Ébola até o início de Março.
Especialistas em doenças dizem que rastrear todos os que tiveram contato próximo com um paciente com o Ébola é crucial para acabar com a epidemia. Mas em dezenas de aldeias remotas na Guiné moradores furiosos estão bloqueando o acesso dos profissionais de saúde.
A transmissão mais intensa na Guiné é no distrito de Forecariah, perto da fronteira com o oeste da Serra Leoa, o local de maior transmissão do Ébola. “Surgiram recentemente informações sobre altos níveis de resistência da comunidade para medidas de resposta ao Ébola em Forecariah, indicando a necessidade de melhor engajar a comunidade na resposta”, disse a OMS.