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Novo relógio geológico redefine data da formação da Lua

A Lua começou a se formar até 65 milhões de anos depois do que algumas estimativas anteriores, de acordo com um estudo divulgado, esta quarta-feira (2), que utiliza uma nova forma de calcular o surgimento do único satélite natural da Terra, de 4,47 bilhões de anos.

O mega-asteróide que colidiu com a Terra, lançando detritos dos quais um mais tarde deu origem à Lua, ocorreu cerca de 95 milhões de anos depois do nascimento do sistema solar, segundo mostra uma pesquisa na edição desta semana da revista Nature.

O estudo contesta, com um grau de 99,9 por cento de precisão, a conclusão de algumas estimativas anteriores de que o impacto formando a Lua ocorreu entre 30 a 40 milhões anos após a formação do sistema solar, cerca de 4,58 bilhões de anos atrás.

O novo estudo é baseado em 259 simulações de computador sobre como o sistema solar evoluiu a partir de um disco primordial de embriões planetários girando em torno do sol. Os programas simulam as colisões e fusões dos pequenos corpos, até que se fundem com os planetas rochosos que existem hoje.

Pelo relógio geológico, o último grande impacto contra a Terra veio de um corpo do tamanho de Marte que a atingiu 95 milhões de anos depois da formação do sistema solar, de acordo com o estudo.

“Achamos que a coisa que atingiu a Terra e acabou formando a Lua, a parte do leão dela, ficou na Terra. Uma pequena fracção de sua massa e algum material da Terra foi empurrado para o espaço para formar a Lua”, disse em entrevista o astrónomo John Chambers, do Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington. “Esse foi provavelmente o último grande evento”, acrescentou.

A avaliação anterior era baseada na medição do decaimento radioactivo que ocorre naturalmente de átomos reveladores dentro de rochas lunares. O mesmo processo, no entanto, também levou à descoberta de que o impacto aconteceu entre 50 milhões e 100 milhões de anos após a formação do sistema solar.

“O nosso novo método… não depende de técnicas radiométricas etc, portanto, nós rompemos a controvérsia”, escreveu o pesquisador Seth Jacobson, do Observatório Côte D’Azur, na França, em um e-mail.

Os resultados também criam um outro mistério ainda maior sobre o motivo pelo qual alguns planetas, como Marte, se formam de forma relativamente rápida, enquanto outros, como a Terra e, possivelmente, Vénus, demoram muito mais tempo.

Análise de meteoritos marcianos e as simulações de computador indicam que Marte foi formado em apenas alguns milhões de anos. Não há meteoritos conhecidos de Vénus, e até hoje não foram enviadas naves espaciais a Marte ou Vénus para colectar amostras.

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