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NOVO GOVERNO BRITÂNICO: Brown baralha as cartas

A recente remodelação governamental, esta a levantar muita polémica, numa altura em que o líder do Partido Trabalhista e actual Primeiro-ministro, encontra-se numa posição bastante incómoda na opinião pública britânica.

A grande novidade deste governo e o regresso triunfal de Peter Mandelson, que até bem pouco tempo era o Comissário do Comércio na União Europeia, de onde sai machucado pelo desaire provocado pelo falhanço de mais uma ronda negocial na Organização Mundial do Comércio. Nalguns círculos Londrinos, e quiça da Grã-Bretanha, Mandelson é considerado como tendo sido o arquitecto da ‘marca’ Tony Blair, façanha que lhe granjeou a ‘inimizade’ do actual inquilino do Number 10 Downing Street.

 

Considerado nos corredores diplomáticos como o ‘inimigo’ numero dois (depois de Tony Blair) do actual Primeiro-ministro Gordon Brown, Mandelson acaba de fazer história ao bater o recorde de ‘regressos’ ao Governo. É que não se conhece na história da política britânica, nenhum caso de um ministro que tenha regressado ao governo por três vezes.

No primeiro governo de Blair, Mandelson ocupara a pasta do comércio. Devido ao seu carácter controverso, e a lutas intestinais, teve que ser ‘dispensado’ do Governo. Passado algum tempo, Mandelson estava de regresso ao Governo, mas desta feita como Secretário de Estado (que por estas bandas equivale ao posto de Ministro) para a Irlanda do Norte (longe das guerras Londrinas), onde apesar de ter desempenhado um bom trabalho, foi sol de pouca dura, e teve de ser dispensado de novo, desta feira ‘por razões de índole pessoal’. Para não arruma-lo em casa, Tony Blair teve que ‘exila-lo’ em Bruxelas, como Comissário para o Comércio na União Europeia. Dizem os corredores diplomáticos que a inimizade entre Brown e Mandelson advêm do facto de, há 11 anos, quando Brown disputava a liderança do partido trabalhista com Tony Blair, e quando tudo apontava que seria Gordon Brown a receber a coroa da liderança dos, Mandelson virou a balança a favor de Tony Blair.

Mandelson e Alistair Campbell (O então Press Secretary de Blair, ou seja Ministro para a Comunicação e pai do spin), eram por assim dizer, considerados como os cérebros por trás da ‘ascenção, manutenção e do sucesso’ de Tony Blair. Quando ‘Brown conseguiu’ afastar Mandelson (do governo por duas vezes) e finalmente Campbel, advinhava-se já o fim do ‘Reinado de Tony Blair’! Sem Mandelson e sem Campbell, Blair era uma gazela na planície: um alvo fácil de abater! E foi o que se viu! Brown aproveitou-se do erro estratégico de Blair- a guerra no Iraque, para apunhala- lo definitivamente!

Com a popularidade em baixo e na tentativa de sarar algumas feridas internas, Brown decidiu matar dois coelhos numa cajada: Na última conferência nacional dos trabalhistas havida semana passada na histórica cidade e Manchester, Brown fez um discurso de esquerda, para agradar aos sindicatos e as bases do partido e nomeou Peter Mandelson, homem que granjeou muita simpatia nas lides dos homens de negócio. Uma jogada de mestre ou um erro crasso? Só o tempo nos dirá, pois ele é o melhor juiz! Outra novidade deste governo tem a ver com a manutenção do chamado ‘quinteto da morte’ que fazem a diferença entre a manutenção de Brown e a sua saída do poder: os ministros dos Negócios estrangeiros, Interior, Finanças e Justiça e Saúde, nomeadamente David Miliband, Jacqui Smith, Alistar Darling, Jack Straw e Alan Johnson. Registe-se a subida de Ed Miliband, irmão do actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, e possível sucessor de Gordon Brown, David Miliband, para o posto de Energia e Mudanças Climáticas, de John Hutton, para o sensível posto da Defesa e Geoff Hoon para o complexo pelouro dos transportes, preenchendo a vaga deixada pela simpática mas resoluta Ruth Kelly.

Uma vez que Brown chutou a bola para o outro lado do campo, aguardamos na próxima semana pela resposta do líder da oposição, David Cameron, com mexidas no Governo Sombra. De recordar que David Cameron, encontra-se actualmente em maré alta, no que se refere a preferência da opinião pública britânica.

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