Cerca de 90 mil munícipes da cidade de Angoche consomem água potável com regularidade, desde os princípios do ano em curso, facto que resulta de um investimento por parte do Fundo de Investimento de Património de Abastecimento de Agua (FIPAG), estimado em cerca de cinco milhões de dólares americanos para operacionalização do sistema que, durante mais de uma década, funcionava com inúmeras dificuldades.
Para o efeito aquela, empresa colocou electrobombas com larga capacidade de bombagem sobre os cinco furos subterâneos abertos pela antiga entidade gestora do sistema há cerca de cinco anos, o que concorreu para o aumento das horas de abastecimento de água para os consumidores. Actualmente, a cidade é abastecida 18 horas ao dia e a água beneficia de tratamento químico apropriado, facto que não sucedia em tempos, perigando a saúde pública, sobretudo pelo facto do líquido precioso ser captado na lagoa de Malatane apresentar-se turvo devido à ausência de trabalhos de assoreamento.
Os furos, que abastecem de água a cidade de Angoche, localizam-se nas redondezas da lagoa de Malatane, e estudos levados a cabo por técnicos da Direcção Nacional de Águas concluíram que o seu lençol freático tem reservas que podem ser exploradas mesmo no período de estiagem. De acordo com Rodrigues Ussene, administrador de Angoche, os tristes episódios de mortes de pessoas contaminadas por doenças diarréicas, incluindo a cólera que flagelou aquela cidade durante anos, não voltarão a repetir-se.
E justifica que o FIPAG que tem vindo a receber inúmeros pedidos de canalização de água nas residências e estabelecimentos de exercício de actividades económicas, está a construir e a reabilitar fontanários públicos onde os mais carentes se abastecem daquele liquido indispensável. Acrescentou que os munícipes de Angoche retomaram o hábito de tratar o jardim das suas residências, facto que, também, se verifica nos locais de trabalho quer público assim como privados, situação decorrente da abundância da água na cidade para fins diversos.
A melhoria registada no abastecimento de água na cidade de Angoche teve um impacto positivo no nível de cobertura do distrito, que passou de 14 para 28 por cento, níveis que poderão crescer ainda mais quando o governo local concluir o programa de abertura de 128 furos planificados para o ano em curso, beneficiando as regiões mais carenciadas, sobretudo nas localidades.
Refira-se que a decisão de delegar ao FIPAG a gestão do sistema de água de Angoche foi aplaudida pelos munícipes e pelo governo local, pois estava em iminência um desastre de graves consequências, pois que a extinta empresa de águas demonstrou total incapacidade técnica para desenvolver a sua actividade e que se reflectiu na componente financeira, chegando a confrontar-se, durante um ano, com insufiência de recursos para o pagamento de salários aos seus trabalhadores e de serviços prestados por terceiros, sobretudo à Electricidade.