Seis embarcações com capacidade para cerca de cem passageiros cada já estão a operar nas províncias centrais da Zambézia e Sofala, e de Inhambane e cidade de Maputo, no Sul de Moçambique. Os barcos vão garantir a ligação entre Quelimane e Ricamba (na província da Zambézia), Beira/Búzi e Beira/ Machanga (em Sofala), bem como entre Maxixe e Inhambane (em Inhambane) e Maputo/Catembe, na capital do país.
Para a aquisição das seis embarcações pelo Governo moçambicano foi aplicado um investimento de cerca de sete milhões e quatrocentos mil dólares norte-americanos. Segundo explicou o Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, as embarcações foram oficialmente inauguradas e entregues ao público naquelas províncias, na semana passada.
Falando na cerimónia inaugural, na cidade de Inhambane, Zucula explicou que para a gestão destes barcos foi celebrado um contrato de exploração com a Transmarítima, empresa que sempre trabalhou com o Governo nos transportes fluviais em todo o país. Zucula apelou aos privados para continuarem a operar normalmente, pois o que se defende é oferecer melhores condições aos utentes.
“Ao Governo não interessa o negócio, mas as melhores condições de transporte. Transporte é um valioso instrumento de dinamização da economia, daí que o Executivo sempre se preocupa em oferecer melhores condições de transporte à população moçambicana”, disse Zucula, exortado aos utentes para que não sabotem as embarcações ora adquiridas, tendo para isso apelado a uma vigilância permanente de todos.
O Ministro explicou que o Governo entregou dois barcos por cada província contemplada, porque mais ninguém colocou os melhores antes. “Se aparecerem melhores barcos serão bem-vindos”, disse o titular da pasta dos Transportes e Comunicações.
Antes da aquisição destes meios, considerados dos melhores em termos de condições de segurança marítima e comodidade, o Governo desenvolveu um programa de melhoramento das infraestruturas de acostagem nas cidades de Inhambane e Maputo, onde foram reabilitados as pontes-cais de Inhambane, Maxixe, Maputo e Catembe.
“Não queremos excesso de lotação, não queremos entrar nestes barcos com dedos nas narinas, entre outros males que possam em menos tempo retirar os barcos nestes serviços”, apelou Paulo Zucula, para quem a melhor utilização e gestão não cabe apenas ao concessionário, mas aos próprios passageiros que devem manter as embarcações impecáveis.
Todavia, na baía de Inhambane os barcos a operar entre as duas cidades não poderão navegar no período nocturno por ausência de condições técnicas para o efeito. Segundo o matutino ‘Noticias’, a ausência de sinalização que é feita por bóias luminosas no período nocturno é o principal motivo da retirada dos barcos todos dias ao princípio da noite.
Mais embarcações na agenda do Governo
Por outro lado, segundo o Vice- Ministro dos Transportes e Comunicações, Ernesto Augusto, o Governo moçambicano espera, dentro dos próximos tempos, adquirir mais embarcações para minorar os problemas de travessia entre vários pontos do país, à semelhança do que já sucedeu com Maputo/Catembe, Inhambane/Maxixe e Quelimane/Ricambe.
Ernesto Augusto fez esta revelação no Sábado quando dirigia a cerimónia de inauguração, no Cais Manarte, no Porto da Beira, de duas embarcações de transporte de passageiros e carga que ligam a cidade capital e os distritos de Buzi e Machanga, respectivamente, situados a sul da província de Sofala. Sem mencionar datas nem as quantidades, aquele governante revelou que deverão ser adquiridos mais meios de transporte marítimo/fluvial de modo a minorar os actuais problemas de travessia que se registam entre alguns pontos do país.
Baptizados com os nomes de “Massique” e “Machanga”, os dois barcos estão a operar entre a cidade da Beira e as sedes distritais de Buzi e Machanga, respectivamente, sendo que o primeiro possui uma capacidade para entre 94 a 100 passageiros mais duas toneladas de carga diversa, e o segundo pode transportar 110 pessoas mais 10 toneladas de carga.
“O sistema de transportes e comunicações constitui a espinha dorsal de um país e nós não fugimos à regra, por isso este ano o Governo aprovou a estratégia integrada dos transportes que preconiza que o uso eficiente desse sistema pressupõe a existência de um subsistema de transportes rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo e que funcionam de forma interligada quer para carga quer para passageiros”, referiu.
O Vice-Ministro daquele pelouro apelou aos utentes de modo a conservarem aqueles meios de transporte para garantir a sua durabilidade. Por seu turno, António Maquina, Secretário Permanente provincial, agradeceu em nome do Governo de Sofala a disponibilização das embarcações tendo apontado que estas vão, sobremaneira, minorar os problemas de travessia entre a cidade da Beira e as sedes distritais do Buzi e Machanga, pois o transporte era (e continua a ser) feito através de pequenos barcos, localmente conhecidos por “chatas”.
Sérgio Moiane e Pita Jojo, administradores de Buzi e Machanga, respectivamente, manifestaram a sua satisfação em nome das populações daquelas regiões prometendo garantir a sua correcta utilização. Para além da população, dirigentes de algumas empresas do ramo e trabalhadores da Administração Marítima local, a cerimónia contou igualmente com a presença de Henriques Bongece, Primeiro Secretário do Partido Frelimo em Sofala, o qual enalteceu os esforços do Executivo na minoração das dificuldades que as comunidades enfrentam no tocante ao transportes.