A nova presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, prometeu atacar-se à crise no Mali, onde um grupo islamita tenta criar um Estado independente.
“Vamos esforçar-nos para tentar resolver o conflito no Mali e a crise no Sahel, uma crise que corre o risco de propagar-se a toda a região ou mesmo ao continente”, declarou Dlamini-Zuma, que assumiu a direcção da Comissão da UA.
Ela declarou que a resolução de conflitos como no Mali, na região do Sahel, no leste da República Democrática do Congo (RDC), na região dos Grandes Lagos e na Guiné-Bissau serão uma prioridade para a Comissão.
Ela não mencionou directamente a Somália. A Comissão continuará igualmente a prestar o apoio necessário ao Sudão e ao Sudão Sul para finalizar todas as questões pendentes entre os dois países e vai implicar-se activamente na reconstrução pós-conflito e no desenvolvimento, acrescentou.
A nova presidente da UA é a primeira mulher africana eleita para dirigir a Comissão da UA após a sua vitória durante as eleições de Julho face ao seu adversário, o presidente cessante, Jean Ping do Gabão.
Ela manteve, antes, um encontro com o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, durante o qual eles reafirmaram a sua vontade de trabalhar juntos para o êxito da Comissão da UA.
O primeiro-ministro etíope organizou igualmente um jantar de despedida no Palácio Presidencial em honra de Jean Ping antes de entregar oficialmente os símbolos da União Africana a Dlamini-Zuma.
“Deixo o lugar a uma grande mulher … Estou persuadido que os assuntos do continente estão em boas mãos”, declarou Ping, Segunda-feira (15), durante a cerimónia de entrega de pasta em Addis Abeba.
Dlamini-Zuma expôs igualmente as suas prioridades para resolver os problemas da paz, da segurança e da estabilidade em África, a segurança alimentar e a exploração dos recursos naturais.
Entre os domínios prioritários da Comissão, como sublinhou Dlamini-Zuma figuram a paz, a saúde e a educação, a igualdade dos sexos, o desenvolvimento dos jovens, o desenvolvimento das infraestruturas, a promoção das trocas intra-africanas, o reforço das capacidades da União Africana e a consolidação das relações com os seus principais parceiros.
A UA vai tentar definir o plano que permitirá tirar a África da pobreza para o desenvolvimento, indicou. A nova presidente da Comissão da UA declarou que com um quarto das terras aráveis do planeta como fonte de rendimentos para 70 porcento da população, o seu plano consiste em ajudar mais pessoas a beneficiar dos recursos.