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Noruega é melhor país para ser mãe, Moçambique tem vindo a registar melhorias

Noruega é melhor país para ser mãe

“As mães vivem melhor na Noruega e na Austrália”, afirmou esta segunda-feira a organização Save the children, enquanto no outro extremo está o Afeganistão, pior país na classificação dos “melhores e piores lugares para ser mãe”.

A ONG publicou este ranking de 160 países em um informe intitulado “Estado das mães do mundo 2010”, revela um comunicado emitido nesta segunda-feira em Dacar. Entre os dez melhores locais para dar à luz, “a Noruega ocupa o primeiro lugar, seguido de Austrália, Islândia, Suécia, Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Holanda, Bélgica e Alemanha”, afirma a ONG, que situa Irlanda e França nas 11º e 12º posições, respectivamente.

 

“Nas dez últimas posições, encontramos o Afeganistão no último lugar, precedido por Nigéria, Chade, Guiné Bissau, Iêmen, República Democrática do Congo, Mali, Sudão, Eritreia e Guiné Equatorial”, acrescenta a ONG. “O que poderia ser feito para melhorar a situação das mães e dos recém-nascidos na África? Apostar mais na disponibilização e formação de médicas”, responde a ONG.

Se bem que Moçambique tem vindo a registar melhorias ao longo dos últimos anos a nível dos cuidados de saúde materna, ainda tem uma distância considerável a percorrer para alcançar os seus objectivos neste domínio, relativos às Metas de Desenvolvimento do Milénio . Apenas 55 pôr cento dos partos são assistidos pôr pessoal de saúde qualificado .

A expectativa de vida para as mulheres é de apenas 49 anos, em comparação com os 82 anos para as mulheres nos Estados Unidos. A frequência escolar pôr parte das meninas continua baixa em relação à dos meninos, em particular nos níveis mais altos do ensino primário e na frequência do ensino secundário. Ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade infantil, a qual espelha muitas vezes o estado dos cuidados e do apoio prestados às mães, e actualmente 23 vezes superior a taxa de mortalidade infantil nos países desenvolvidos.

Moçambique ainda continua na situação infeliz de estar entre os vinte países com as taxas mais elevadas de mortalidade infantil em todo o mundo. “Mas as mulheres fazem igualmente parte da equação, para salvar as vidas de outras mulheres e suas crianças,” afirmou John Grabowski, Director Residente da Save the Children em Moçambique. “A mais-valia da formação das mulheres, é que incentiva o ensino e a participação comunitária pôr parte das pessoas de sexo feminino, os quais estão ligados igualmente a uma melhor saúde e segurança económica para as mães e os seus filhos.”

O relatório expõe evidências de que mesmo as mulheres com uma escolarização formal limitada, podem ser formadas para fornecer com êxito serviços que salvam vidas, como é o caso do aconselhamento sobre a amamentação, dos cuidados pós-natais, das vacinas e antibióticos. Ele realça igualmente a necessidade crítica de contar com parteiras para fechar a lacuna em assistência qualificada aos partos. Em cada ano, cerca de cinquenta milhões de mulheres em todo o mundo, dão à luz sem nenhuma ajuda profissional.

Comparações entre países:

 

  • No Afeganistão e no Chade, menos de quinze pôr cento dos partos são assistidos pôr pessoal qualificado da saúde. Na Etiópia, apenas seis pôr cento dos partos são atendidos. Na Noruega, o pessoal qualificado da saúde está presente em praticamente todos os partos.
  • No Níger, uma mulher em cada sete morre durante a gravidez ou parto. O risco é de 1 em 8 no Afeganistão e na Serra Leoa. Na Bósnia-Herzegovina, na Grécia e na Itália, o risco de morte materna é de menos de 1 em 25.000, sendo na Irlanda de menos de 1 em 47.600. 
  • Em Angola, no Chade, na República Democrática do Congo e na Somália, uma criança em cinco não chega a atingir o seu quinto aniversário. No Afeganistão, 1 criança em cada 4 morre antes dos 5 anos de idade. Em Moçambique, a proporcao e de 1 em 7 criancas. 
  • Uma pessoa de sexo feminino no Afeganistão, Angola, Chade, Djibuti, Eritreia e Guiné-Bissau, recebe menos de cinco anos de ensino formal. No Níger, as mulheres recebem menos de quatro anos. Na Austrália e na Nova Zelândia, a média das mulheres frequenta a escola durante mais de vinte anos. 
  • No Afeganistão, Jordão, Líbano, Jamahiriya Árabe Líbio, Marrocos, Omã, Paquistão, Síria e Iémen, as mulheres ganham 25 cêntimos ou menos pôr cada dólar auferido pêlos homens. As mulheres sauditas e palestinas ganham apenas 16 e 12 cêntimos respectivamente, com relação a cada dólar auferido pêlos homens. Na Mongólia, as mulheres auferem 87 cêntimos pôr cada dólar que os homens auferem e, em Moçambique auferem noventa cêntimos

 

A organização examina “as diversas soluções para que as mulheres que trabalham nos cuidados médicos contribuam para salvar a vida das mães, dos recém-nascidos e das jovens mães”. E lança “uma convocação urgente para aumentar o número de agentes de saúde nas nações mais pobres do mundo”.

 

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