Enquanto muitos países quase páram para assistir aos jogos do Campeonato do Mundo de Futebol, na Coreia do Norte os adeptos só puderam assistir a derrota da sua seleção frente ao Brasil com um dia de atraso. A TV estatal conseguiu adquirir os direitos de transmissão a última hora, mas nem cogita transmitir as partidas ao vivo. O governo, com isso, quer evitar que sejam vistas quaisquer imagens de protestos contra o líder Kim Jun-Il nos estádios sul africanos ou de uma derrota desonrosa da equipe nacional.
Com um país isolado pelo seu regime político, o adepto mais raro no país de Nelson Mandela é justamente o norte-coreano. Há muitas restrições para que os seus cidadãos façam viagens ao exterior. Tanto que o animado grupo de adeptos que, com bandeiras e cachecóis nas cores vermelha e azul, apoiou a Coreia do Norte era, ao contrário do que se poderia esperar, composto por atores chineses contratados pelo regime norte-coreano.
Segundo a imprensa chinesa a claque teriam sido recrutada pela empresa China Sports Management Group a pedido do Comitê de Desportos da Coreia do Norte, que forneceu cerca de mil bilhetes para que ocupassem uma pequena parte das arquibancadas do estádio em Joanesburgo.
A contratação de adeptos não representa, no entanto, que os chineses precisem de receber para apoiar a Coreia do Norte. De acordo com pesquisas realizadas antes do Mundial, a maioria dos cidadãos do país apoiará os vizinhos e aliados norte-coreanos, já que a seleção da China não conseguiu vaga na Àfrica do Sul 2010.