Moçambique continua o país mais vulnerável a cheias no conjunto de todos os oito Estados que partilham a Bacia do Zambeze, sendo por isso necessária uma maior coordenação e partilha de informação para minimizar a perda de vidas humanas.
Segundo o consultor do projecto de previsão de cheias e aviso prévio na bacia (de 1979 a 2009), Verne Schneider, a bacia do Zambeze em Moçambique registou 20 eventos extremos que resultaram em 1080 mortos e pouco mais de 7,6 milhões pessoas afectadas.
“Para que a vida humana seja preservada, a colaboração entre os Estados é importante”, disse Schneider, falando esta Terça-feira em Maputo, num encontro que resulta das consultas realizadas em cada um dos oito países que partilham o rio Zambeze para a recolha de dados que permitam enriquecer um plano estratégico regional no que se refere ao aviso prévio na bacia.
Além de Moçambique, os outros países atravessados pelo Zambeze são Angola, Botswana, Namíbia, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.
Segundo estes dados citados, Quarta-feira, pelo jornal “Noticias”, o outro país mais vulnerável as cheias é o Malawi, que durante o mesmo período de 10 anos registou um total de 581 vítimas mortais, de um total de 1,9 milhões de afectados.
Considerando o impacto das cheias na população e nas infra-estruturas socioeconómicas, Schneider defende a execução de um sistema de aviso prévio moderno com mecanismos práticos de como alertar as comunidades vulneráveis.
Moçambique, particularmente, está interessado em instalar mais estações hidroclimatológicas para aprimorar a monitoria da evolução dos níveis e a ocorrência de eventos que colocam a população em risco.
Mussa Mustafa, do Instituto Nacional de Meteorologia, anotou que seria ideal recuperar a capacidade da rede de observação que existia antes da independência.
Conduto, devido a falta de recursos, a opção mais aplicável é repor aquelas que permitem resolver os desafios que se colocam na mitigação dos desastres naturais.