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No hospital Provincial de Quelimane Entra-se do banco de socorros e sai-se pela casa mortuária

As estatísticas do Hospital Provincial de Quelimane (HPQ) revelam que pelo menos quatro a cinco pessoas, em média, morrem por dia. A justificação dos médicos é de que não há pessoal suficiente, não há medicamento e muito menos equipamento cirúrgico.

Aliado a isso, é a chegada tardia dos doentes, muitos dos quais chegam na fase terminal. Os trabalhadores do sector de saúde, quase todos eles, dizem que não têm motivação e o próprio governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, ouviu isso com os seus próprios ouvidos.

Depois de ter visitado de surpresa o HPQ, naquilo que Itai chamou de atendimento às chamadas que recebeu de várias pessoas, Quarta-feira, o chefe do executivo da província, mais uma vez voltou ao HPQ e teve encontro com o pessoal do hospital.

Ali, ele ouviu tudo menos nada. Médicos como Aldo Marquizine, prestou  informação ao governador de que não se pode trabalhar num hospital em que a própria sala, unidade de cuidados intensivos, vulgo UCI, não tem mesas próprias para que os médicos possam trabalhar.

Não se pode trabalhar num hospital onde até água sai a conta gotas, onde as viaturas do hospital estão sem motores de arranque, para além doutros factores.

Quase todos foram unânimes em revelar que a situação do Hospital Provincial de Quelimane requere cuidados intensivos e até deve entrar nos serviços de urgência. Quer dizer o próprio HPQ está doente, mas gravemente doente.

A direcção reconhece, mas diz que está com mãos atadas

A direcção do hospital provincial de Quelimane diz que os problemas levantados são do seu conhecimento, mas não tem soluções. Primeiro é pela verba que recebem para suportar as despesas naquela maior unidade hospitalar, para não falar da falta de médicos, material cirúrgico entre outras necessidades.

Conforme explicou a directora do HPQ, Virgínia Saldanha, neste momento, o hospital que dirige está a passar por maus bocados, mas acredita que um dia poderá ver resolvidos esses problemas.

Não sabe quando, mas como qualquer pessoa, a directora Virgínia também sonha ter um hospital provincial de Quelimane a responder às suas obrigações. Para isso, a fonte diz que precisa de ter médicos, equipamentos e outras coisas complementares.

Diz a directora Virgínia que pediu ao ministério de Saúde (MISAU) a alocação de mais pessoal, neste caso concreto médicos, mas ao que tudo indica que a resposta ainda não é daquelas que esperava.

Mas tem fé que os médicos virão e ver-se-á quais as áreas de intervenção. De salientar que, em termos de mortalidade, o hospital provincial de Quelimane registou no ano findo uma taxa de mortalidade situada em 9,5%, contra 11,6% do ano anterior, isto é 2010.

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