O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, procurou, Terça-feira (30), convencer os Estados árabes de que um ataque militar de Israel contra o Irão iria beneficiá-los, removendo uma potencial ameaça e aliviando as tensões em todo o Oriente Médio.
Netanyahu fez uma série de ameaças veladas de atacar o programa nuclear iraniano e apelou aos Estados Unidos e à Organização das Nações Unidas para que estabeleçam um limite para Teerão.
Numa entrevista publicada, Terça-feira, pela revista francesa Paris Match, Netanyahu disse que tal ataque não agravaria as tensões regionais, como muitos críticos têm alertado.
“Cinco minutos depois, ao contrário do que dizem os cépticos, acho que uma sensação de alívio iria espalhar-se por toda a região”, afirmou.
“O Irã não é popular no mundo árabe, longe disso, e alguns governos da região, assim como os seus cidadãos, entendem que um Irão com armas nucleares seria perigoso para eles, não apenas para Israel”, disse ele.
Israel, que é amplamente visto como a única potência nuclear no Oriente Médio, acredita que Teerão pretende construir armas atómicas e tem apelado ao Ocidente para aumentar as sanções. O Irã alega que está a enriquecer o urânio para fins energéticos pacíficos.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais rejeitaram o pedido de Netanyahu para a definição de um limite para o Irão e pediram-lhe que contenha uma acção militar para dar chance de a diplomacia e as sanções funcionarem.
Netanyahu, que está a concorrer à reeleição em Janeiro para chefiar o partido direitista Likud, disse à ONU, mês passado, que um ataque poderia esperar até a primavera ou o verão, quando ele afirmou que Teerão poderia estar à beira da construção de uma bomba atómica.
Durante a sua visita de dois dias à França, Netanyahu viajará para a cidade de Toulouse, no sul, com o presidente François Hollande para uma cerimónia em memória das vítimas de um atirador islâmico que matou sete pessoas lá em Março, incluindo três crianças judias.