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Nelson Santos diz ter a certeza de que vai ganhar no Chibuto e ser campeão, pois o Ferroviário de Maputo não vai vencer em Nampula

Nelson Santos diz ter a certeza de que vai ganhar no Chibuto e ser campeão

Foto de Adérito Caldeira“O Ferroviário de Maputo não vai ganhar em Nampula”, é a convicção de Nelson Santos que, em entrevista ao @Verdade, ainda afirmou ter “a certeza e confiança máxima” de que o Costa do Sol vai ganhar ao Chibuto FC e “vamos ser campeões no domingo”. Em ano de comemoração dos 60 anos do clube, o treinador dos canarinhos quer conquistar o décimo Campeonato Nacional de Futebol, que lhes foge há sete temporadas.

Sente-se no ninho do canário muita expectativa, e algum nervosismo, para o jogo do próximo domingo (01) no município do Chibuto.

“Nós estamos a preparar este jogo com muita responsabilidade, sabemos que é uma semana muito importante. Sabemos que é uma semana que pode decidir muitas coisas, temos praticamente duas finais no espaço de uma semana (última jornada do Moçambola e final da Taça da Liga). Vamos jogar contra uma equipa bastante difícil, é verdade que vamos jogar contra uma equipa que já tem a manutenção garantida mas isso não significa que vamos ter uma missão fácil. Jogar no Chibuto é sempre um campo que nos cria muitas dificuldades, tanto a nós como a qualquer equipa, este ano fomos a segunda equipa a ganhar lá (para a Taça da Liga)”, tenta afastar a pressão o técnico português, de 31 anos de idade.

“Tenho a certeza e confiança máxima de que vamos ganhar e que vamos ser campeões no domingo. Vamos respeitar o nosso adversário, vamos pôr em prática o nosso jogo, vamos jogar de forma determinada, com ambição e conquistar os três pontos para assim trazer o caneco do Chibuto”, disse ao @Verdade Nélson Santos.

Porém, só os três pontos não chegam para o Costa do Sol ser campeão. É que a equipa de Nélson Santos tem os mesmos 43 pontos que o Ferroviário de Caló e, caso as duas equipas vençam as suas partidas da 26ª jornada, o critério de desempate será:

a) número de pontos somados por cada uma das equipas no confronto entre si (nos dois confrontos canarinhos e locomotivas empataram sem golos);

b) maior diferença entre o número de golos marcados e os sofridos nos jogos entre as equipas empatadas (saldo é uma igualdade de zero golos);

c) maior diferença entre os golos marcados e sofridos em toda a competição (vantagem para o Ferroviário de Maputo que marcou 34 golos e sofreu 19 tem um saldo de 15 golos, enquanto o Costa do Sol marcou 26 e sofreu 16 golos ficando com um saldo de 10 golos).

Ganhar, marcar muito e jogar bem

@Verdade perguntou a Nelson Santos, cuja maior goleada da sua equipa neste Moçambola foi de 3 a 0 (justamente contra o Chibuto FC mas em Maputo) e tem uma média de apenas 1,04 golos por jogo, se tem treinado especificamente para marcar mais golos, precisa de pelo menos seis golos no domingo.

“Nós não mudámos nada em termos de treino, é nestes momentos que conseguimos ver as grandes equipas, equipas com carácter e que têm ambição, que têm pulso forte, que têm aquela garra de querer conquistar. Nós estivemos três semanas parados praticamente, o que não benéfico para nenhuma equipa, não estou a falar apenas no caso do Costa do Sol, mas nós soubemos dar a volta à situação e conseguimos arranjar soluções para que os jogadores tivessem esse ritmo competitivo para estarem no dia 1 de Novembro no Chibuto na máxima força, na máxima confiança, na máxima capacidade física. Nós quando preparamos um jogo é sempre para ganhar e depois nós queremos marcar muitos golos e depois disso queremos jogar bem. O nosso primeiro objectivo no Chibuto é ganhar e de preferência ganhar por muitos golos, sabemos que temos uma tarefa muito difícil, mas não é impossível”, respondeu o treinador canarinho.

Nelson Santos lembrou que “há coisa de um mês e meio um jogador na Alemanha marcou cinco golos em nove minutos (o avançado polaco do Bayern de Munique, Robert Lewandowski), são situações atípicas mas são prováveis, se você perguntar-me se isso treina-se. Treina-se, no futebol tudo se treina. Treina-se a técnica, a táctica, o físico, o psicológico, tudo se treina, só que também temos de perceber que no outro lado também há onze jogadores com a mesma vontade e que também nos querem criar dificuldades”.

“A única equipa que ganhou em Nampula este ano foi o Costa do Sol”

Foto de Adérito Caldeira“Nós tivemos aqui o nosso último jogo em casa contra o Desportivo de Nacala e acho que criámos mais oportunidades nesse jogo do que na época toda do Moçambola, só que nos faltou aquela tranquilidade, aquele discernimento no último passe, na decisão, no gesto técnico que tínhamos que fazer. Isso também demonstra que podíamos ter goleado o Desportivo de Nacala e se calhar neste momento não estávamos aqui a fazer contas com a calculadora. Ganhámos por 1 a 0, para quem não viu o jogo o Costa do Sol ganhou por um penálti e até parece que foi um jogo bastante difícil e com bastantes dificuldades”, explicou ainda o treinador do Costa do Sol.

Mas ao jovem treinador português passam por uma vitória da sua equipa e uma derrotada dos locomotivas de Carlos Manuel. “O Ferroviário de Maputo não vai ganhar em Nampula, isso é uma convicção que eu tenho (…) a única equipa que ganhou em Nampula este ano foi o Costa do Sol, todas a outras equipas perderam e empataram. É um campo extremamente difícil, eu conheço o treinador, é um amigo pessoal. É uma pessoa que não gosta de perder nem a feijões, independentemente de já ter a manutenção garantida. Ninguém gosta de fazer parte da festa de outra equipa, por isso acredito que o Ferroviário de Nampula vai criar imensas dificuldades ao Ferroviário de Maputo mas, mais do que estar preocupado com o que vai acontecer no norte do país, nós temos é que estar concentrados no nosso jogo, porque, se não ganharmos, aí sim, as coisas ficam mais difíceis. Estou confiante e acredito que vai ser um fim-de-semana muito positivo para a família canarinha”.

Nélson Santos, que chegou a Moçambique em 2012 como adjunto de Diamantino Miranda e acabou por ser promovido a treinador interino e depois a principal, faz um balanço positivo do seu trabalho e dos seus colegas.

“Independentemente do que acontecer não deixa de ser uma época bastante positiva para o Costa do Sol, uma equipa que teve momentos menos bons mais ou menos na sétima ou oitava jornada estávamos em décimo, décimo primeiro lugar, já se falavam muitas coisas negativas, conseguimos recuperar, conseguimos reagir e chegar aos primeiros lugares por mérito próprio. É verdade que houve um jogo ou outro em que não estivemos tão bem e já podíamos, eventualmente, ter fechado o campeonato mas o Moçambola é um campeonato complicado, com 14 equipas, este ano chegou a haver sete ou oito candidatos ao título, neste momento só há dois clubes a lutarem pelo título. Se analisarmos os jogos (Costa do Sol vs Ferroviário de Maputo) tanto na primeira volta como na segunda houve um grande equilíbrio e daí o 0 a 0 nas duas partidas, significa que eventualmente este campeonato poderá ser decidido mesmo em termos de “gol average”(diferença de golos), espero que não, espero que nós consigamos atingir o nosso objectivo com uma vitória e no norte do país as coisas não corram bem ao nosso adversário directo”.

Santos destaca ainda o bom futebol que tem sido praticado pelos seus pupilos, “há oito anos que os nossos adeptos não vêm uma equipa do Costa do Sol a jogar tão bom futebol, a produzir qualidade de jogo como nós temos feito em alguns jogos e, independentemente do que acontecer, vamos terminar nos dois primeiros lugares e estamos na final de uma taça, o que significa que foi uma época bastante positiva. Ainda não acabou mas estamos confiantes de que vamos conquistar um ou dois títulos de certeza, mas para isso temos de manter a nossa humildade, a nossa responsabilidade, a nossa determinação. Não basta só dizer que vamos ganhar, temos que mostrar lá dentro do campo”.

Todos os jogadores canarinhos estão disponíveis para jogar em Gaza, “existe um ou outro jogador que ainda estamos a avaliar mas acredito que até domingo os jogadores vão estar na máxima força e preparados. Este é um jogo que qualquer jogador quer jogar”, disse ao @Verdade o treinador do Costa do Sol que também quer conquistar a Taça da Liga.

Treinador do Costa do Sol até final desta época

Foto de Adérito Caldeira“Este ano é a comemoração dos sessenta anos do Costa do Sol. A direcção apostou em mim, e nos meus colegas da equipa técnica, para construirmos uma equipa que pelo menos conseguisse um título para ficarmos marcados na história. Eu como líder e responsável pela equipa quero conquistar as duas provas EM que neste momento estamos inseridas” disse Nelson Santos.

Santos, que no Costa do Sol fez a sua estreia como treinador principal de uma equipa de futebol sénior, quer também estrear-se como campeão. “Nunca fui campeão, já tive oportunidade de ver muitas festas de campeões e este ano quero ter esse privilégio de festejar com o trabalho realizado por mim”.

O treinador, que também é professor de treino desportivo no curso de Educação Física e Desporto da Universidade Eduardo Mondlane, só tem contrato até o final de Novembro com o Costa do Sol. “Eu sou treinador do Costa do Sol até final desta época. Eu faço parte de um projecto a curto e médio prazo, o qual visa potenciar jogadores moçambicanos. O Costa do Sol já foi uma equipa grande que exportava jogadores, neste momento perdeu um bocadinho isso. Para conseguirmos exportar, para conseguirmos recrutar também jogadores, é preciso também sermos uma equipa ganhadora. Quando conseguirmos recrutar mais jogadores termos mais qualidade e quando temos qualidade, com o trabalho da equipa técnica, é mais fácil ter sucesso. Independentemente do que acontecer (no Moçambola e Taça da Liga) é um projecto que não vai terminar esta época mas sabemos que no futebol as coisas mudam de um dia para o outro, por isso o Nelson Santos tem contrato até Novembro, a vontade é de continuar mas é importante haver as condições ideais para que o projecto também possa andar para a frente”.

Com um passado a trabalhar na formação de novos jogadores, começou no Belenenses de Portugal, também o faz nos canarinhos. “Nós no ano passado fomos campeões nacionais de juniores, este ano ficamos com sete jogadores que passaram a seniores (César, Salomão, Elias, Danito, Nando, Rodrigues, Artur). É verdade que quando temos juventude depois temos o outro senão falta um bocadinho de experiência e maturidade”.

“Vamos a jogar apenas dentro do campo”

Nelson Santos disse ao @Verdade que o “Costa do Sol também está a formar homens, para saberem enfrentar as adversidades da vida, serem pessoas pontuais, com ambição e determinação não só no futebol, ensinar o caminho para a escola. Porque é fundamental o jogador também chegar ao final da carreira e ter os estudos ou ter alguma coisa em que se possa agarrar. O próximo passo é começar a exportar jogadores para campeonatos mais competitivos, porque nós queremos ser uma referência em Moçambique e no continente africano. Mas no futebol as coisas não se planificam da noite para o dia, felizmente temos uma direcção que está em sintonia com a equipa técnica. Uma direcção que sabe o quer e sabe os timings que as coisas levam, é importante frisar que temos um excelente presidente, o senhor Amosse Chicualacuala”.

O treinador do Costa do Sol afasta qualquer tipo de jogo de bastidores para chegar ao título do Moçambola, “Nós, independentemente do que acontecer vamos cair ou ficar de pé com dignidade, vamos honrar a verdade desportiva, vamos a jogar apenas dentro do campo, eu gosto que a equipa ganhe a jogar e não ganhe fora do campo”.

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