A Associação Moçambicana de Geotecnia defende a importância de o país estabelecer pontes de intercâmbio no domínio da mecânica de solos e engenharia e geotécnica, face aos desafios que se têm vindo a registar em vários domínios de desenvolvimento, com particular realce às áreas de carvão e barragens.
Carlos Quadros, presidente da associação e docente universitário, que falava a margem da sessão de abertura da 15ª Conferência Regional Africana de Mecânica de Solos e Engenharia e Geotécnica que congrega em Maputo engenheiros moçambicanos e estrangeiros, disse que a geotecnia tem um papel de relevo no desenvolvimento.
Segundo Quadros, os grandes projectos assentam fundamentalmente na geotecnia e as recentes descobertas no país no ramo da mineração, com ênfase para o carvão e o petróleo na Bacia do Rovuma, assim como no domínio das barragens que Moçambique vai abraçar com a construção de Mpanda Nkua (Rio Zambeze), Moamba-Major (Rio Incomati) e mesmo no ramo protecção costeira.
A execução qualitativa destas obras depende de uma informação mais detalhada sobre a mecânica de solos e engenharia e geotécnica.
“As obras que o país está a construir são cada vez mais complexas e requerem um intercâmbio mais dinâmico que versa sobre diversificados aspectos destas novas realidades que o país está a testemunhar em vários domínios de desenvolvimento”, disse o presidente.
Nos intercâmbios, os engenheiros moçambicanos não devem entrar com um papel subalterno, mas sim com uma intervenção mais activa para salvaguardar a qualidade e durabilidade das obras de construção.
Desta feita, Carlos Quadros defendeu, por outro lado, a manutenção de um intercâmbio entre os vários níveis de formação escolar para salvaguardar que os alunos formados nos estabelecimentos de ensino sejam mais dotados de conhecimentos que os permitam ser qualitativamente competentes para encarar os desafios do mercado.
A 15ª Conferência Regional Africana de Mecânica de Solos e Engenharia e Geotécnica decorre na capital sob o lema “Infra-estruturas e Recursos Geotécnicos em África: Passando da Teoria à Prática”, com a participação de engenheiros, consultores, produtores de equipamentos e materiais, estudantes universitários entre outros.