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Não há ameaça de emissões gasosas afirma MOZAL

A fábrica de fundição de alumínio MOZAL disse hoje em Maputo que a emissão de gases sem o uso de filtros de retenção de poluentes não provocará danos a saúde dos trabalhadores, comunidades circunvizinhas muito menos ao meio ambiente. Este pronunciamento do maior empreendimento industrial em Moçambique surge na sequência da campanha feita desde semana passada por ambientalistas alegando que esta fábrica tem “licença para matar”.

A acusação resulta da autorização emitida pelo governo moçambicano, através do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), à MOZAL para trabalhar com a licença especial de uso de “Bypass”, ou simplesmente escape directo. Esta licença, a vigorar por seis meses a partir do próximo Novembro, visa permitir a empresa a reabilitar o seu Centro de Tratamento de Fumo (CTF), uma das vias de emissão de gases da fábrica, actividade considerada importante na melhoria do desempenho do empreendimento bem como para evitar, no futuro, efeitos prejudiciais às pessoas e ao meio ambiente.

Contudo, os ambientalistas moçambicanos consideram a decisão do Governo “grave e absurda”, porque as substâncias a serem emitidas pela MOZAL podem provocar sérios problemas, desde irritações severas na pele, nos olhos, nas vias respiratórias e até o aumento na frequência de cancros pulmonares. Falando em conferência de imprensa destinada a explicar a essência do projecto, o presidente da MOZAL, Mike Fraser, disse que o trabalho a ser realizado no CTF tem um impacto muito baixo e sem nenhum efeito prejudicial a saúde dos trabalhadores, da comunidade em redor da fábrica ou ao meio ambiente.

“O trabalho a ser realizado visa permitir que a produção seja sustentável por mais tempo. Vamos reabilitar e melhorar o equipamento que está a deteriorar-se para podermos continuar com o nosso compromisso de assegurar ‘Dano Zero”, disse Fraser.

Na sua apresentação sobre o trabalho a ser realizado, o consultor independente Sean O’Beirne explicou que “Dano Zero” não significa que “não haverá nenhuma emissão de gases”, mas que haverá monitoria das emissões de modo a não causarem danos. Segundo O’Beine, a MOZAL utiliza padrões de monitoria do meio ambiente internacionalmente reconhecíveis e é com base nessas referências que se afasta a possibilidade de haver qualquer dano resultante deste projecto.

Um desses padrões é o da Organização Mundial da Saúde (OMS), elaborado com base em estudos de saúde humana. O padrão limite das emissões estabelece um volume de 500 toneladas por ano. Mas a MOZAL nem vai atingir a metade dessa barreira durante o processo de “Bypass”. Se neste momento, o CTF da fábrica emite 240 toneladas de gases, durante o trabalho, este limite elevar-se-á para um total de 246 toneladas. “Se estivermos abaixo do padrão limite, estamos perante o padrão zero e o desafio é estar abaixo desse limite”, disse O’Beirne, consultor que foi também responsável pela concepção do Plano de Gestão Ambiental da MOZAL há cerca de 10 anos.

Além disso, a proposta da MOZAL foi analisada minuciosamente e validada pelo MICOA. A MOZAL disse que o presente projecto, orçado em 10 milhões de dólares americanos, não tinha sido planeado e não há previsão de voltar a realizar outro de dimensão semelhante durante o tempo de vida da fábrica. Durante o trabalho, a empresa vai criar diversas áreas de monitoria das emissões, devendo depois apresentar o relatório de actividades as partes interessadas. Este trabalho de monitoria será liderado pela organização SGS.

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Uma resposta

  1. Infelizmente não é bem assim, esre mês de Janeiro a Mozal voltou a poluir novamente o meio ambiente.Era um cheiro bastante forte e desagradável para quem passou por lá nesse dia.
    Ru encontro me a alguns km da Mozal e as plantas do meu jardim sofreram este mês bastante com os efeitos do Bypass da Mozal.
    A trepadeira ficou completamente desnuda, as folhas caíram todas e as que não caíram ficaram amareladas com pequenas manchas.
    Tirei algumas fotos para registo.
    Espero que os nossos ambientalistas continuem a lutar contra o assunto da Mozal, esta fábrica só veio para Moçambique prejudicar o nosso meio ambiente e a nossa saúde e o governo nada faz pelo bem estar da população em redor dessa fábrica.
    Essa fábrica devia ter sido encerrada há bastante tempo.
    Todos sabemos que oque o relatório disse nada tem a ver com a realidade.Os efeitos existem, e estão aí bem presentes.

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