Cinco agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) detidos a 18 de Janeiro na cadeia provincial de Nampula, norte do país, indiciados de escoltarem 68 refugiados somalis do campo de Maratane para outros destinos, alegam estar a ser vítimas de torturas naquela unidade prisional.
O caso mais recente envolveu um agente que responde pelo nome de Alberto Máquina, que contraiu fracturas graves na caixa torácica e num dos braços, tendo sido transferido para o Hospital Central de Nampula onde se encontra sob cuidados intensivos.
Segundo noticia o jornal independente “O País”, os restantes agentes envolvidos no mesmo caso têm sido alvo de constantes ameaças de morte, perpetradas por outros reclusos, supostamente a mando de agentes correccionais bem posicionados.
Charles Massai, director da ca deia provincial de Nampula, confirmou a agressão ao “O País”, mas afastou a possibilidade de envolvimento de agentes correccionais afectos àquela instituição prisional.
Massai reconheceu que os agentes da PRM, ora detidos, deveriam estar em celas separadas dos restantes reclusos, o que não foi possível devido à falta de espaço e superlotação da cadeia.
O director referiu que a cadeia provincial de Nampula dispõe apenas de cinco celas com capacidade para albergar oitenta reclusos cada uma, mas até à última quartafeira existiam 548 reclusos, dos quais 170 condenados e 377 em prisão preventiva.