A namorada de Oscar Pistorius estava a falar com ele através da porta da casa de banho quando morreu baleada pelo atleta, afirmou nesta segunda-feira o promotor Gerrie Nel numa nova sessão do julgamento por assassinato contra o sul-africano. “Todos os gritos (de Pistorius) foram porque ela estava a falar com o senhor e fugia para salvar a sua vida”, disse Nel diante do acusado.
Pistorius, ao contrário, assegura que gritou achando que um ladrão estava escondido em seu banheiro, a quem pediu várias vezes que saísse da sua casa. Nel perguntou a Pistorius por que sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, estava de pé junto à porta -como testemunhou um perito policial- e não se escondendo no interior do banheiro ao ser atingida pelos disparos.
“Estava a falar com o senhor”, argumentou o próprio promotor, que descartou que Reeva tenha ficado calada enquanto Pistorius gritava de pânico por medo de que o ladrão a atacasse.
O corredor, que presta declarações sem olhar em nenhum instante para Nel e com os olhos voltados para a juíza Thokozile Masipa, voltou a chorar em repetidas ocasiões ao lembrar da noite do crime.
“O senhor está construindo uma versão tão improvável que ninguém nunca acreditaria”, disse o promotor a Pistorius num momento do julgamento, que começou em 3 de março no Tribunal Superior de Pretória.
Oscar Pistorius, de 27 anos, confessou ter morto a tiros Reeva Steenkamp, que então tinha 29 anos, na madrugada de 14 de fevereiro do ano passado. Pistorius assegura ter disparado através da porta fechada do banheiro por conta do pânico, ao escutar um barulho dentro e pensar que um intruso tinha entrado pela janela. A Promotoria acusa a velocista de ter morto Reeva após uma discussão que várias testemunhas da acusação asseguraram ter escutado.
