O presidente do Egito, Mohamed Mursi, chegou, Quarta-feira (30), à Alemanha na tentativa de convencer a Europa das suas credenciais democráticas, num momento em que uma onda de violência no seu país já deixou mais de 50 mortos.
O comandante do Exército egípcio alertou, Terça-feira, que o Estado estará à beira de um colapso se os partidários e oponentes de Mursi não pararem de se confrontar nas ruas.
Por causa da crise, desencadeada nas manifestações que marcaram o segundo aniversário da revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, Mursi abreviou a agenda da sua viagem à Europa, cancelando o plano de visitar Paris depois de Berlim.
Ele volta ainda na Quarta-feira ao Cairo. Na manhã da Quarta-feira, nos arredores da praça Tahrir, no Cairo, os manifestantes apedrejaram policiais, que reagiram com gás lacrimogéneo, mas os incidentes foram breves.
“A nossa exigência é simplesmente que Mursi vá embora, e que deixe o país em paz. Ele é como Mubarak e a sua turma que agora estão na prisão”, disse Ahmed Mustafa, de 28 anos, que estava munido de óculos de mergulho para proteger-se do gás lacrimogéneo.
Os críticos de Mursi acusam o presidente e a sua Irmandade Muçulmana de terem traído o espírito da revolução de 2011, concentrando poderes demais nas suas mãos.
Os partidários de Mursi lembram que ele comanda o primeiro governo eleito democraticamente na história egípcia.