O inquérito comunitário realizado recentemente nos 26 bairros residenciais que constituem a Cidade da Beira permitiu apurar os bairros da Munhava-Central e da Manga-Mascarenhas como sendo os mais vulneráveis a epidemias. Uma das epidemias mais predominantes na Cidade da Beira é a cólera, por sinal os dois bairros acima citados são os que registam maior número de casos dessa doença. O inquérito foi promovido pelo Centro de Tratamento de Cólera (CTC), sob auspícios da Direcção Provincial da Saúde.
De acordo com o Médico Chefe Provincial em Sofala, Mohamed Riaze, há vários factores que concorrem para a endemicidade da cólera naqueles bairros da Cidade da Beira, com destaque para a higiene individual e colectiva, estado do saneamento do meio, fecalismo a céu aberto, uso de latrinas destampadas, entre outros de natureza conjuntural.
A fonte indicou que durante o ano em curso o Bairro da Munhava- Central registou 25 casos de cólera, seguido do da Manga-Mascarenha que somou vinte casos. Os bairros de Vila-Massane e Munhava-Matope ocupam os lugares seguintes, respectivamente com mais de 15 casos cada.
Referindo-se aos factores, Mohamed Riaze indicou que a prática de fecalismo a céu aberto, um dos mais preocupantes e que atenta também contra a postura e imagem da urbe, verifica-se de forma acentuada nos bairros do Chaimite, Munhava-Central e Manga- Mascarenhas.
Quanto ao uso sistemática de latrinas destampadas, a fonte indicou que essa prática é mais corrente nos bairros da Munhava-Central, Vila-Massane e Manga-Mascarenhas.
Os autarcas da faixa etária entre 20 e 35 anos dominam a lista dos que padeceram da cólera no ano em análise e quanto a género o estudo aponta os homens como sendo os mais vulneráveis a contrair a doença.
No entanto, o inquérito não determina porque razão os homens contraem mais cólera que as mulheres, o mesmo sucedendo em relação as faixas etárias.
Sabe-se, entretanto, a cólera é uma doença infecciosa altamente contagiosa, provocada por um vírus conhecido por vibrião colérico. Os sintomas desta doença geralmente são a diarreia e vómitos que ocorrem de forma brusca e que provocam a desidratação.
Os pacientes que revelarem esses sinais devem imediatamente ser encaminhados às unidades sanitárias e recomenda- se também o seu isolamento visto tratar-se de uma doença facilmente contagiosa.