Multidões destruíram uma instalação de tratamento do Ébola e atacaram equipes médicas no centro da Guiné-Conacri após rumores de que a Cruz Vermelha planeava desinfetar uma escola, disse neste sábado um porta-voz do governo.
As equipes da Cruz Vermelha na Guiné foram atacadas cerca de dez vezes por mês no ano passado, disse a organização nesta semana, alertando sobre o fato de que a violência estava atrapalhando os esforços para conter a doença.
Durante o incidente de sexta-feira, na cidade de Faranah, localizada cerca de 400 quilómetros a leste da capital, Conacri, moradores atacaram um centro do Ébola e atearam fogo contra um veículo da entidade Médicos Sem Fronteiras.
A equipe de enterros da Cruz Vermelha também virou alvo e foi forçada a se retirar, afirmou Fodé Tass Sylla, porta-voz da campanha do governo contra a doença.
“Toda essa agitação tem o objetivo de amedrontar os nossos parceiros e dar uma ajudinha ao vírus. Não aceitaremos isso”, afirmou. “Todos precisam entender que a luta que lideramos requer o engajamento de todos os cidadãos.”
O número de novos casos na Guiné-Conacri quase dobrou na semana passada, para 64, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), comprometendo um plano do governo de chegar a zero até Março. Mais de 2.000 pessoas morreram de um total de 3.000 casos na Guiné.
O país forma, ao lado da Serra Leoa e da Libéria, o cinturão mais afetado pela maior epidemia do vírus na história.
