No distrito de Manica, província do mesmo nome, a polícia foi chamada a intervir na realização de quatro funerais quando os familiares se recusavam a enterrar os seus entes alegadamente porque estes não foram lobolados em vida.
Segundo a Rádio Moçambique, a recusa dos familiares tinha como base de fundamentação a falta do pagamento do lobolo pelos esposos com quem comungavam a vida ainda vivos.
No distrito de Manica é obrigatório o pagamento do lobolo para legitimar a união de facto. Caso contrário, e na eventualidade da morte da mulher, o enterro é condicionado ao pagamento do lobolo em dívida. Foi na base desta prática que os parentes das mulheres perecidas se recusavam a proceder às exéquias dos seus entes queridos antes do pagamento do lobolo.
Na senda deste procedimento cultural, populares acharam por bem solicitar a intervenção policial para que permitisse o enterro dos restos mortais e a disputa material que se relegasse ao segundo plano. O comandante da PRM em Manica, Pedro Jemusse, disse que neste momento decorre acções de sensibilização da comunidade para a necessidade de se abandonarem estes hábitos.