Pelo menos três pessoas perdem a vida em cada mês no distrito de Muecate, em consequência da malária, uma doença que, só ao longo dos primeiros três meses do ano em curso, levou à hospitalização de mais de 32 mil pessoas.
É na tentativa de travar esta enfermidade que a Visão Mundial, uma organização não-governamental a operar em Nampula na área da saúde e não só, em coordenação com o Ministério de Saúde, iniciou, segunda-feira, o processo de distribuição de 65 mil redes mosquiteiras aos 124 mil habitantes daquela região.
No total, segundo dados disponíveis, serão distribuídas mais de 200 mil redes nas áreas de actuação da Visão mundial, concretamente Muecate, Nacarôa e Murrupula, para um universo de 200 mil pessoas.
Segundo Jaime Bitone José, coordenador da Visão Mundial em Nampula, a ideia é de fazer com que cada duas pessoas de uma família, tenham pelo menos uma rede.
Para este programa, a Visão Mundial espera investir mais de 1 milhão de dólares para garantir toda a logística referente ao processo, desde a aquisição das redes, transporte, armazenamento, distribuição, contratação de pessoal recenseador, entre outras tarefas indispensáveis.
Sãozinha Agostinho, médica chefe provincial, que esteve em Muecate para testemunhar o arranque da campanha, disse, na ocasião, que a escolha de Muecate, Nacarôa e Murrupula resulta do facto de não só serem áreas de influência dos projectos levados a cabo por aquela organização não-governamental ao nível da província, como também aquelas que nunca beneficiaram de programas de pulverização intra-domiciliária para eliminação de mosquitos provocadores da malária.