Representantes de várias instituições internacionais de defesa do meio ambiente deverão chegar, dentro de dias, a Moçambique para iniciar os trabalhos de auditoria sobre os níveis de poluição da fábrica de fundição de alumínio Mozal, baseada em Beluluane, na província de Maputo.
A análise técnica da qualidade dos gases emitidos pela fábrica deverá arrancar a 28 deste mês de Outubro e surge em resposta às queixas efectuadas, desde 2010, por várias organizações ambientalistas nacionais sobre a contínua emissão de gases poluentes pela Mozal.
Internamente, todas as denúncias efectuadas sobre a matéria “resultaram num completo falhanço, caracterizado pela completa falta de abertura, interesse e imparcialidade da parte dos órgãos responsáveis”, segundo uma nota da organização moçambicana Justiça Ambiental, enviada ao Correio da manhã.
A Justiça Ambiental realça que “temos conhecimento de que vários bypasses já tiveram lugar na Mozal”, acrescentando que, desde o início do presente ano, “temos tido inúmeras denúncias, mas o nosso pedido de explicação sobre o assunto não foi aceite pela firma e outras entidades competentes”.
No entanto, aquela organização adianta que, independentemente dos resultados da auditoria prestes a iniciar, “o facto de esta ter lugar constitui um marco importante e demonstra que ainda existem mecanismos que poderão funcionar em defesa dos direitos humanos e da integridade do meio ambiente no país”.
Refira-se que, no global, são 24 as instituições internacionais contactadas pelas organizações ambientalistas nacionais para proceder à auditoria independente da Mozal, destacando-se o Banco Europeu de Investimento e a Compliance Advisory Ombudsman (CAO), ligada à International Finance Corporation (IFC) do Banco Mundial.