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Movimentações no sector de Saúde geram descontentamento em Nampula

Os funcionários do sector da Saúde, em Nampula, estão divididos quanto à designação e cessação dos dirigentes, ao mais alto escalão de nível provincial e acusam a direcção do Ministério da Saúde (MISAU) de estar a nomear indivíduos incompetentes para, supostamente, satisfazerem interesses obscuros.

Em dois despachos diferentes (19/GMS/2015 e 22/GMS/2015), a ministra do pelouro, Nazira Abdula, exonerou, há poucos dias, Armindo Tonela que, durante dois anos e alguns meses, esteve à frente dos destinos da Saúde, em Nampula e, em sua substituição, nomeou Monira Abdula, antiga médica chefe do distrito de Moma e da província de Nampula que até a altura da sua nomeação exercia as funções de chefe do departamento central de Saúde da Mulher e Criança.

A decisão da ministra parece não ter agradado o director cessante que, à hora de despedida, proferiu um discurso evasivo, mas, sobretudo, o colectivo de funcionários que se mostra preocupado com o facto de a nova timoneira de Saúde ter demonstrado certa incapacidade durante o tempo em que esteve a trabalhar naquela província do norte de Moçambique.

O protesto, caracterizado por troca de mensagens anónimas, ao nível daquela instituição, tem em vista pressionar a direcção de tutela a recuar da decisão e os funcionários apontam o dedo acusador à própria ministra, alegando que ela está a abrir espaço para actos de corrupção no sector da Saúde, em Nampula.

“A ministra mandou cessar o Dr. Tonela e, em seu lugar, colocou a Dra. Monira, uma pessoa incompetente e que foi corrida de Nampula. Ela usou uma parte do talhão ao lado do Hospital Central de Nampula para construir a sua casa, mesmo sabendo que era património do Estado”, refere uma das mensagens em circulação no sector.

O descontentamento no seio dos funcionários não se cinge apenas às denúncias sobre alegadas falcatruas cometidas pela actual directora provincial da Saúde, mas também a mais alta dirigente daquela instituição do Estado e acrescentam: “Sabemos que ela volta a Nampula para defender os interesses da actual ministra”.

Entretanto, o boicote à cerimónia de transferência de poderes que antes fora anunciado não chegou a materializar-se, mas notava-se no rosto de alguns responsáveis de determinados sectores sinais de enfurecimento.

Aliás, a nova directora provincial disse, repetidas vezes, que vai exigir dos funcionários o máximo de respeito, lutando, sempre que possível, contra quaisquer tentativas de insubordinação e de sabotagem ao trabalho da instituição de que foi confiada.

O inspector-geral da Saúde, Martinho Djedje, que dirigiu o acto, apelou para que haja união de esforços e o combate ao ódio, à intriga, e à necessidade da expansão da rede sanitária e da melhoria da qualidade de prestação de serviços.

Tentámos, entretanto, saber daquele dirigente sobre a aparente falta de relacionamento entre os funcionários e os seus superiores hierárquicos na Direcção Provincial de Saúde, mas tal não foi possível por razões burocráticas e de agenda.

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