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Mortes e desmandos imperam numa mina de exploração de recursos naturais na Zambézia

As mortes, as vandalizações e as escaramuças, estas por vezes envolvendo a população e as autoridades policiais, em consequência da apetência e procura de recursos naturais, continuam na ordem do dia na Zambézia. Na última sexta-feira (20), três pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridas em resultado do desabamento de uma mina no distrito de Gilé. A desgraça segue-se à morte de quatro cidadãos, à vandalização e à queima de máquinas e instalações, há dias, no mesmo local.

De visita ao distrito de Luabo, Abdul Razak, governador da Zambézia, prometeu, reagindo à morte dos quatro indivíduos e à ocorrência de tumultos, que a situação seria normalizada, uma vez que a Polícia tinha sido destacada para evitar desordens e assegurar a tranquilidade.

Contudo, na localidade de Muiane, em Gilé, nada do que Abdul Razak prometeu está a acontecer. Algumas pessoas ficaram soterradas quando procuravam tantalite e turmalinas no monte Muiane, uma mina abandonada pela Tantalum Mineração, em virtude do caos ocorrido há mais de uma semana.

Muiane transformou-se, aparentemente, numa terra sem dono nem lei. Horas depois da morte de três cidadãos, os garimpeiros fizeram-se ao local e deram continuidade às suas actividades.

Nas escaramuças de há dias, a Polícia disparou, como sempre, balas contra um garimpeiro, o que gerou uma confusão sem precedentes, a qual ofuscou uma operação que visava proteger os bens da empresa que detém a licença de exploração de minérios na zona.

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